Megaoperação Carbono Oculto Desmantela Rede de Postos de Combustível Vinculada ao PCC
A megaoperação Carbono Oculto, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), está promovendo um forte golpe contra as finanças do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do Brasil. A investigação revelou uma complexa rede de lavagem de dinheiro que utilizava postos de combustível como fachada para movimentar recursos ilícitos. A operação identificou mais de 250 postos espalhados por diversas regiões do país que estariam sob controle direto ou indireto de indivíduos ligados à facção criminosa. A ação visa não apenas a apreensão de bens e valores, mas também a desarticulação completa da capacidade financeira do PCC, dificultando sua atuação em outras frentes, como tráfico de drogas e armas.
Os alvos da operação incluem empresários e outros indivíduos com conexões diretas com figuras proeminentes do PCC. Além dos postos de combustível, as investigações apontam para o envolvimento em outros negócios, como motéis e hotéis, especialmente concentrados no litoral de São Paulo, em cidades como Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá. A suspeita é que esses estabelecimentos sirvam como pontos estratégicos para movimentação de dinheiro e para a própria estrutura operacional da facção. A colaboração entre diferentes órgãos de segurança e de justiça, tanto em nível estadual quanto federal, tem sido crucial para o sucesso da Carbono Oculto.
Documentos e informações financeiras apreendidas durante a operação indicam um faturamento milionário oriundo de atividades ilegais. Uma aeronave de R$ 35 milhões, por exemplo, é um dos bens que chamou a atenção, supostamente dividida por um dos alvos com um sócio envolvido em delações premiadas relacionadas ao PCC. Essa interligação entre bens de alto valor e associados a figuras chave da organização reforça a tese de que o PCC possui uma estrutura empresarial sofisticada para blindar seus lucros e manter suas operações em andamento, apesar das constantes ações de repressão.
A força-tarefa responsável pela Carbono Oculto tem se concentrado em rastrear o fluxo de dinheiro, desde a origem até a aplicação final, buscando comprovar os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros delitos associados. A operação também visa desestabilizar o poder coercitivo da facção, que muitas vezes se sustenta pela capacidade de corromper e influenciar setores da sociedade e do poder público. O impacto econômico e social da desarticulação dessa rede tende a ser significativo, alertam especialistas em segurança pública.