A frota fantasma, também conhecida como frota sombra, refere-se a uma coleção de navios, predominantemente petroleiros e cargueiros, que operam de maneira discreta, muitas vezes sem registro oficial em países conhecidos ou com registros mascarados. Esses navios são frequentemente utilizados para transportar mercadorias sujeitas a sanções internacionais, como é o caso do petróleo russo após a invasão da Ucrânia. A operação se baseia na confidencialidade, utilizando transponders desligados, seguradoras obscuras e rotas marítimas incomuns para evitar a detecção por autoridades. A Rússia, buscando alternativas para manter suas exportações de petróleo apesar das restrições impostas por países ocidentais, investiu significativamente na expansão e utilização dessa frota paralela. Essa estratégia permitiu que o país continuasse a gerar receita com a venda de petróleo, embora com custos adicionais e riscos inerentes à operação clandestina. A frota fantasma é composta por navios antigos, alguns adquiridos de empresas de navegação ocidentais, e novos navios construídos especificamente para esse fim, muitas vezes em estaleiros na Ásia. A complexidade dessa rede logística desafia os esforços de fiscalização internacional, tornando o monitoramento e a aplicação de sanções extremamente difíceis. A falta de transparência na posse e operação desses navios levanta preocupações sobre lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e outras atividades ilícitas, além de representar um risco à segurança marítima devido à idade e manutenção duvidosa de algumas embarcações. O recente incidente envolvendo um petroleiro russo detido na França, suspeito de ligações com a frota fantasma e possível envolvimento em incursões com drones, exemplifica as tensões geopolíticas e os desafios de segurança decorrentes dessa prática. O caso destaca a dificuldade em rastrear e controlar essas operações e as potenciais ramificações diplomáticas e militares. O governo russo, por sua vez, tem negado irregularidades e, em alguns casos, caracterizado essas ações como pirataria, aumentando o tom de desconfiança e o risco de confrontos diretos. Essa situação sublinha a importância de mecanismos de cooperação internacional mais eficazes para garantir a segurança marítima e a integridade do sistema de comércio global frente a estratégias de evasão de sanções cada vez mais sofisticadas.