O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou sua intenção de deixar o governo em abril para se dedicar integralmente à articulação política em prol da direita. Essa decisão marca um passo significativo em suas ambições de influenciar o cenário nacional, buscando consolidar um bloco de apoio para futuras disputas eleitorais. A saída estratégica visa ampliar sua margem de manobra e fortalecer sua imagem como líder dentro do espectro conservador, potencialmente capitalizando sobre insatisfações com as atuais forças políticas no poder.

Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, encontra-se em um momento de definição. A possibilidade de uma candidatura presidencial é um dilema que requer ponderação, especialmente diante das pressões e expectativas do seu eleitorado e de lideranças partidárias. A dinâmica entre Tarcísio e o Centrão, um grupo de partidos com forte influência no Congresso, tem sido um fator crucial, com o impedimento de um projeto presidencial antecipado sendo atribuído a esse bloco.

O cenário se complexifica com as declarações de Tarcísio criticando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e buscando afagos de aliados como o presidente da Alesp. Paralelamente, ele tem sinalizado a Romeu Zema sua intenção de disputar a reeleição em São Paulo, uma decisão que pode impactar diretamente as negociações para a sucessão presidencial. Essa escolha também reflete a avaliação de Tarcísio sobre suas chances de êxito e a força de seu projeto político em seu estado de origem.

As negociações entre os dois governadores da direita revelam uma estratégia de alinhamento, mas também de autonomia. Zema descarta a possibilidade de ser vice de Tarcísio, ao mesmo tempo em que afirma que concederia indulto a Jair Bolsonaro imediatamente caso tivesse a oportunidade. Essa declaração sublinha a proximidade de Zema com o ex-presidente e sua disposição em defender pautas associadas a ele, indicando que o apoio da direita pode ter diferentes formatos e lideranças em disputa.