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Intoxicação por Metanol: SP Apreende Lacres de Bebidas, Risco em Pontos de Venda e Falta de Antídoto Nacional

As autoridades paulistas desencadearam uma operação de combate à adulteração de bebidas alcoólicas, resultando na apreensão de 1.800 lacres de garrafas de bebidas nacionais e importadas em um endereço no Campo Limpo. A ação visa combater a contaminação por metanol, uma substância altamente tóxica que pode levar à cegueira, coma e morte. Casos de intoxicação por metanol têm surgido em diversos estados brasileiros, gerando alerta geral sobre a segurança dos produtos consumidos pela população. A investigação aponta para a possibilidade de que essas bebidas apreendidas estivessem prontas para serem comercializadas de forma fraudulenta, expondo consumidores a graves riscos à saúde. A agilidade na resposta policial é crucial para evitar que mais pessoas se tornem vítimas dessa prática criminosa.

O metanol, quando presente em bebidas alcoólicas em quantidades perigosas, é subproduto de processos de falsificação que buscam baratear o custo de produção ou simular bebidas de maior valor. Sua aparência e cheiro podem ser similares ao etanol, o álcool comum utilizado em bebidas destiladas, tornando a identificação visual difícil para o consumidor desavisado. A ingestão de pequenas quantidades de metanol pode ser fatal, e mesmo doses menores podem causar danos neurológicos permanentes, incluindo a perda da visão. A complexidade da adulteração com metanol exige vigilância constante dos órgãos de fiscalização e a conscientização do público sobre os perigos envolvidos.

O Ministro da Saúde destacou que a técnica de adulteração com metanol é mais difícil de ser aplicada a bebidas como a cerveja, devido à sua composição e processo de fabricação distintos em comparação com destilados. No entanto, a atenção não deve se restringir apenas a destilados, pois a criatividade dos criminosos pode se adaptar a diferentes produtos. O Secretário Nacional do Consumidor, por sua vez, alertou veementemente contra o consumo de bebidas em locais de venda informal ou de baixo controle sanitário, como barracas e arredores de estádios, onde o risco de produtos adulterados é significativamente maior. Essa recomendação visa minimizar a exposição a potenciais riscos, incentivando o consumo em estabelecimentos que sigam as normas de higiene e segurança.

Um ponto crítico revelado é a falta do principal antídoto para a intoxicação por metanol no Brasil. O governo está em negociação para adquirir o estoque necessário, mas a ausência desse medicamento essencial em território nacional agrava a situação de emergência em casos de contaminação. Atualmente, estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná registram casos suspeitos, evidenciando a disseminação do problema pelo país. A prontidão do sistema de saúde em termos de acesso a antídotos e protocolos de tratamento é fundamental para salvar vidas e mitigar as sequelas em vítimas de intoxicação por metanol.