Gilsinho, Intérprete da Portela, Morre Aos 55 Anos no Rio de Janeiro
A notícia da morte de Gilsinho, intérprete principal da Unidos da Portela, aos 55 anos, abalou o mundo do samba e os fãs de Carnaval em todo o país. Natural do Rio de Janeiro, Gilsinho dedicou grande parte de sua vida à passarela e aos sambódromos, se tornando uma das vozes mais emblemáticas a cantar os enredos das escolas de samba, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Sua partida deixa um vazio imensurável na rica tapeçaria da música popular brasileira, especialmente no gênero do samba-enredo, onde sua performance era sinônimo de emoção e entrega.
No Rio de Janeiro, Gilsinho era a voz oficial da Portela, uma das agremiações mais tradicionais e vitoriosas do Carnaval Carioca. Durante seus anos à frente da interpretação dos sambas-enredo da azul e branco, ele foi responsável por entoar canções que marcaram história na folia, transmitindo com maestria a paixão e a garra que caracterizam a escola e o próprio Carnaval. Sua voz grave e rouca possuía uma sonoridade única, capaz de evocar imagens e sentimentos profundos, embalando milhares de foliões e jurados em busca do título.
A causa exata de sua morte está sendo apurada, mas informações preliminares indicam que o intérprete faleceu dias após ter se submetido a uma cirurgia bariátrica. Este procedimento, conhecido por seus riscos e benefícios, visa a perda de peso e melhorias na saúde geral, mas, como qualquer intervenção médica, exige cuidados pós-operatórios rigorosos. A comunidade sambista e os admiradores de Gilsinho lamentam profundamente a perda, expressando condolências à família e amigos, e prestando homenagens ao talento e à dedicação do artista ao longo de sua carreira.
A trajetória de Gilsinho no samba é marcada por uma profunda conexão com a Portela, escola na qual se tornou um símbolo. Sua presença nas eliminatórias de samba, nos ensaios e, claro, nos desfiles oficiais, era aguardada com expectativa. A forma como ele interpretava as letras, carregadas de poesia e história, ajudava a dar vida aos enredos, transformando as canções em verdadeiros hinos que ecoavam pela Marquês de Sapucaí. A perda de Gilsinho é, para muitos, a perda de um pedaço vivo da história do Carnaval.