A descoberta de um surto de intoxicação por metanol em São Paulo levou ao fechamento do bar Ministrão, na região dos Jardins, pelas autoridades da Vigilância Sanitária. A medida drástica ocorreu após a identificação de diversos casos graves, incluindo uma mulher de 30 anos que se encontra em estado crítico no ABC Paulista, onde a suspeita recai sobre um drinque de vodca consumido no estabelecimento. Este incidente se soma a outros eventos preocupantes que têm assolado o país, elevando o alerta para a presença da substância altamente tóxica em bebidas alcoólicas. A rápida disseminação da notícia e a gravidade dos sintomas têm gerado temor na população e intensificado as investigações sobre a origem e o alcance da contaminação. A investigação sobre os casos de intoxicação por metanol tem se desdobrado em diversas frentes. Em São Paulo, a ação da Vigilância Sanitária resultou na interdição de três bares, evidenciando uma possível rede de distribuição ilícita do álcool adulterado. O Ministério da Saúde, em conjunto com órgãos estaduais e municipais, trabalha para identificar os lotes contaminados e alertar os consumidores sobre os riscos. A gravidade da intoxicação por metanol reside na sua potente toxicidade, que pode levar à cegueira, danos neurológicos irreversíveis e morte. O metanol, diferentemente do etanol (o álcool comum em bebidas), é um solvente industrial e combustível, e sua ingestão pode ser fatal mesmo em pequenas quantidades. Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos de uma embriaguez comum, dificultando o diagnóstico precoce, mas logo evoluem para dores de cabeça intensas, náuseas, vômitos, visão turva, dificuldade respiratória e, em casos extremos, coma. A situação em Pernambuco, onde duas mortes suspeitas foram registradas, adiciona uma dimensão geográfica à crise, sugerindo que a adulteração de bebidas alcoólicas pode não estar restrita a um único estado. O Governo Federal, através do seu sistema de vigilância, já confirmou nove casos em âmbito nacional, um número que pode representar apenas a ponta do iceberg. As autoridades estão empenhadas em rastrear a cadeia de suprimentos de bebidas alcoólicas, buscando apreender produtos irregulares e responsabilizar os envolvidos na fabricação e comercialização de substâncias adulteradas. O impacto na saúde pública é significativo, exigindo um esforço coordenado entre diferentes esferas governamentais e um alerta constante à população para que denuncie qualquer produto suspeito e procure ajuda médica imediatamente ao apresentar sintomas de intoxicação. A colaboração da população, através de denúncias e atenção aos rótulos e procedência das bebidas, é fundamental para conter a disseminação deste grave problema de saúde pública.