Rapper Oruam é solto após 69 dias de prisão preventiva com uso de tornozeleira eletrônica
O rapper Oruam, nome artístico de Uruan Andrade de Jesus, deixou a prisão nesta quarta-feira (15) após mais de dois meses detido. A liberdade foi concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) após a análise de um habeas corpus apresentado pela defesa do artista. O STJ considerou que a decisão que determinou a prisão preventiva de Oruam possuía uma fundamentação genérica e não individualizada, o que contraria o entendimento consolidado da corte sobre a necessidade de fundamentação concreta para a manutenção da custódia.
A prisão de Oruam ocorreu em março deste ano, em decorrência de acusações relacionadas a tráfico de drogas e associação para o tráfico. A defesa do rapper sempre sustentou sua inocência, argumentando que as provas apresentadas eram insuficientes para comprovar seu envolvimento nos crimes pelos quais foi acusado. A libertação, contudo, veio com a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, o que demonstra a cautela do judiciário em monitorar o reeducando.
O reencontro de Oruam com seu filho após a soltura gerou forte comoção nas redes sociais, com o rapper compartilhando um vídeo emocionante do momento. Em suas primeiras declarações após deixar a prisão, Oruam desabafou sobre a experiência, afirmando que “o Estado massacra demais”. A soltura do artista reacende o debate sobre o sistema prisional e a aplicação da justiça no Brasil, especialmente quando se trata de figuras públicas e a rápida tramitação de casos que envolvem notoriedade.
A revogação da prisão preventiva pelo STJ destaca a importância da análise criteriosa dos elementos que fundamentam uma custódia, evitando prisões que possam ser consideradas arbitrárias ou excessivas. A decisão reforça que a presunção de inocência deve ser respeitada e que medidas cautelares devem ser proporcionais à gravidade dos fatos e às provas coletadas, buscando sempre o equilíbrio entre a necessidade de garantir a ordem pública e os direitos fundamentais do cidadão.