Carregando agora

Núcleo da Terra para de Girar e Inverte Direção: Estudo Revela Impactos Já Sentidos pela Humanidade

Um estudo recente publicado na revista Nature Geoscience aponta para uma descoberta surpreendente: o núcleo interno da Terra teria parado de girar em relação ao manto e, em seguida, iniciado um movimento de rotação em sentido oposto. Os cientistas Yi Yang e Xiaodong Song, da Universidade de Peking, analisaram dados de ondas sísmicas geradas por terremotos repetidos ocorridos nas últimas décadas, comparando as que passaram pelo núcleo interno entre 1995 e 2023. Essa análise detalhada revelou que as ondas sísmicas mudaram seu comportamento a partir de 2009, indicando uma desaceleração significativa na rotação do núcleo interno, seguida por uma reversão. A última vez que algo semelhante foi observado, segundo os pesquisadores, ocorreu por volta da década de 1960, sugerindo que essa inversão de giro pode ser um ciclo que se repete a cada cerca de 70 anos. As causas exatas desse fenômeno ainda são objeto de debate científico, mas acredita-se que o movimento do núcleo seja influenciado pelas marés gravitacionais, pelo campo magnético terrestre e por correções na rotação do manto, que é a camada de rocha quente e densa que envolve o núcleo. As interações entre o núcleo líquido externo e o manto, e entre o núcleo sólido interno e o manto líquido, criam um sistema dinâmico complexo. Os efeitos dessa inversão de rotação já estariam sendo sentidos na superfície terrestre, impactando o campo magnético do nosso planeta. O campo magnético, gerado principalmente pelo movimento do ferro líquido no núcleo externo, atua como um escudo vital contra a radiação cósmica e o vento solar nocivo. Mudanças na dinâmica do núcleo podem, teoricamente, levar a flutuações na intensidade e na orientação desse campo magnético. Além disso, há especulações sobre possíveis correlações entre essas mudanças rotacionais do núcleo e alterações nos padrões climáticos globais e na duração dos dias. Embora esses impactos sejam de longo prazo e necessitem de mais pesquisa para serem totalmente compreendidos e confirmados, a descoberta sublinha a natureza viva e em constante evolução do nosso planeta, cujos processos internos mais profundos continuam a moldar o ambiente em que vivemos.