Lavrov na ONU: Rússia apoia assento permanente a Brasil e Índia e alerta sobre agressão da OTAN
O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, durante sua participação na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), delineou a postura de seu país em relação a questões globais e de segurança. Uma das declarações de maior repercussão foi o apoio russo à ampliação do Conselho de Segurança da ONU, com menção específica ao desejo de que Brasil e Índia conquistem assentos permanentes. Essa posição sugere uma visão russa de reconfiguração da governança global, buscando maior representatividade e voz para economias emergentes e potências regionais, o que poderia, na visão de Moscou, conferir maior legitimidade e eficácia às decisões do órgão máximo de segurança internacional.
Lavrov também abordou a tensa relação entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O chanceler russo foi enfático ao afirmar que qualquer agressão por parte da OTAN contra a Rússia seria respondida de forma decisiva. Essa retórica reflete a preocupação russa com a expansão contínua da aliança militar para o leste europeu, vista por Moscou como uma ameaça direta à sua segurança nacional. A declaração visa dissuadir a OTAN de ações que a Rússia considere provocativas ou hostis, sinalizando uma linha vermelha que, se ultrapassada, poderia escalar conflitos, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia.
Em outra frente, o chefe da diplomacia russa negou categoricamente qualquer envolvimento da Rússia em ataques com drones direcionados à Europa. Essa negação surge em um momento de crescentes tensões e de acusações mútuas entre a Rússia e países ocidentais, muitos dos quais membros da OTAN. A Rússia tem recorrido frequentemente à ONU para apresentar sua versão dos fatos e para contestar narrativas que a colocam como agressora, buscando legitimar suas ações e questionar as de seus opositores no palco multilateral.
Adicionalmente, Lavrov comentou sobre a situação no Oriente Médio, descrevendo a ação de Israel como uma ameaça à estabilidade de toda a região. Embora não tenha detalhado a que ações específicas se referia, a declaração reflete a tradicional postura russa de crítica às intervenções militares e de defesa do direito internacional, often contextualizada com um viés pró-palestino ou de busca por equilíbrio regional. Essa diversidade de temas abordados – da reforma da ONU à segurança europeia e ao Oriente Médio – demonstra a amplitude das preocupações russas e sua tentativa de projetar influência em múltiplas frentes diplomáticas e de segurança.