Banco Central reduz projeções de crescimento do PIB para 2025 e 2026
O Banco Central do Brasil (BC) divulgou recentemente suas projeções atualizadas para o desempenho da economia brasileira, apresentando revisões significativas nas expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2025, a autoridade monetária estima agora uma expansão de 2,0%, uma queda em relação às projeções anteriores. Olhando para 2026, ano que contará com eleições presidenciais, o BC projeta um crescimento de apenas 1,5%, o que configuraria o pior resultado em seis anos, considerando as projeções divulgadas em momentos de planejamento econômico. Essas revisões sinalizam um cenário de maior cautela por parte do BC em relação à trajetória futura da atividade econômica no país. A redução nas projeções pode ser atribuída a uma série de fatores macroeconômicos domésticos e internacionais, incluindo a persistência de juros elevados em economias desenvolvidas, tensões geopolíticas e um quadro interno de incertezas políticas e fiscais que podem afetar a confiança dos investidores e o consumo. A equipe econômica do governo também tem revisado suas próprias projeções, mas as do BC, por serem de um órgão de política monetária, carregam um peso adicional na formação de expectativas do mercado. A capacidade do governo em implementar reformas estruturais e gerenciar o quadro fiscal será crucial para reverter essa tendência de desaceleração projetada. O cenário para 2026, em particular, é sensível às decisões políticas que podem ser tomadas em período eleitoral, impactando a direção das políticas econômicas nos anos subsequentes. A instabilidade política e a possibilidade de gastos públicos elevados no período eleitoral podem gerar pressões inflacionárias adicionais e desestimular investimentos de longo prazo, fatores que contribuem para a projeção mais modesta de crescimento para aquele ano. Adicionalmente, o BC sinalizou um aumento na probabilidade de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estourar o teto da meta de inflação em 2025, elevando essa estimativa para 71%. Esse alerta reflete preocupações com a persistência de pressões inflacionárias, especialmente nos custos de serviços e alimentos, e a necessidade de manter uma política monetária restritiva por mais tempo. A elevação da inflação esperada pode levar o BC a manter a taxa Selic em patamares mais altos por um período prolongado, o que, por sua vez, tende a frear ainda mais o crescimento econômico, criando um dilema entre o controle inflacionário e a necessidade de estimular a atividade produtiva. A revisão da projeção do PIB nos Estados Unidos, assim como outros indicadores econômicos globais, também poderá influenciar o desempenho da economia brasileira, dada a forte interconexão entre os mercados financeiros e comerciais internacionais.