Em uma reviravolta notável em sua retórica, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou publicamente que a Ucrânia tem a capacidade de retomar os territórios que foram invadidos pela Rússia. Essa declaração representa uma guinada significativa em relação a posicionamentos anteriores, nos quais Trump frequentemente sugeria que a guerra poderia ser encerrada rapidamente com um acordo, muitas vezes sinalizando uma abordagem mais conciliatória com o Kremlin. A nova postura indica uma possível reavaliação das táticas e do poderio real da Rússia no conflito. Trump também foi além ao qualificar a Rússia como um “tigre de papel”, uma metáfora que sugere fraqueza e fragilidade por trás de uma fachada intimidadora. Essa caracterização pode ser interpretada como um sinal de que o ex-presidente acredita que a Rússia não possui a força militar e a resiliência que aparenta ter, e que, portanto, a Ucrânia estaria em posição de advantage. Essa é uma visão contrastante com a narrativa de força apresentada pela propaganda russa. Ademais, Trump aventou a possibilidade de uma ação mais drástica em caso de violação do espaço aéreo da OTAN por aeronaves russas, sugerindo que tais aviões deveriam ser abatidos. Essa proposta, se concretizada, eleva consideravelmente o nível de confronto direto entre a Rússia e a aliança militar ocidental, elevando o risco de uma escalada militar em larga escala. A OTAN, historicamente, tem evitado medidas que possam levar a um conflito direto com a Rússia, mas a sugestão de Trump aponta para uma política mais assertiva. Essa mudança de tom por parte de Trump ocorre em um momento crucial da guerra, com a Ucrânia buscando fortalecer suas defesas e contra-ofensivas. As declarações do ex-presidente, mesmo que não refleitam diretamente a política oficial atual dos EUA, têm um peso considerável, especialmente no cenário político americano e internacional, podendo influenciar o debate público e a percepção da guerra. A admissão de que ele inicialmente achou que seria fácil encerrar a guerra indica uma reflexão sobre a complexidade do conflito. As implicações dessa nova posição na geopolítica global e nas relações transatlânticas ainda são incertas, mas é inegável que as palavras de Trump geram ondas de especulação.