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Deputada de SC alinha-se a Trump em polêmica ligação entre autismo e paracetamol, OMS e especialistas contestam

A deputada federal por Santa Catarina, Samia Basaunre, manifestou apoio a declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriram uma ligação entre o uso de paracetamol e o autismo. Essa associação, no entanto, carece de qualquer embasamento científico e já foi categoricamente desmentida por diversas fontes confiáveis, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em saúde pública e neurologia brasileiros. A posição da deputada levanta um alerta sobre a disseminação de informações equivocadas em um tema de saúde tão sensível, que afeta diretamente a vida de milhares de famílias. A comunidade científica tem se posicionado de forma unificada contra essas alegações, reforçando a importância de basear convicções em evidências robustas. O paracetamol é amplamente reconhecido como um analgésico e antitérmico seguro quando utilizado nas doses recomendadas, e sua relação com o desenvolvimento neurológico, como o autismo, não encontra respaldo em pesquisas longitudinais ou metanálises. É fundamental que figuras públicas evitem propagar narrativas que possam gerar pânico ou desconfiança em tratamentos médicos estabelecidos e seguros. A desinformação sanitária, especialmente em tempos de maior acesso à informação, representa um grave risco à saúde coletiva e individual, podendo levar a decisões equivocadas por parte da população e prejudicar a confiança nas instituições de saúde. Por isso, o papel dos veículos de comunicação e dos formadores de opinião é crucial na desmistificação de boatos e na promoção de um debate informado e baseado em fatos. A imprensa e os órgãos de saúde pública têm a responsabilidade de veicular informações precisas e embasadas cientificamente, combatendo ativamente a propagação de notícias falsas, como estas que associam o paracetamol ao autismo. Além disso, é importante contextualizar que o autismo é um transtorno complexo do neurodesenvolvimento com origens multifatoriais, incluindo fatores genéticos e ambientais, e a comunidade científica ainda busca compreender todas as suas nuances e causas. O foco deve permanecer na pesquisa científica séria e na divulgação responsável do conhecimento, garantindo que a saúde da população seja a prioridade máxima e que as decisões médicas sejam sempre pautadas na ciência e não em boatos ou especulações sem fundamento. A atenção para a procedência da informação e a busca por fontes confiáveis são habilidades essenciais para todos os cidadãos na era digital, especialmente quando se trata de saúde. As consequências de crer em informações falsas podem ser severas, desde a adoção de tratamentos ineficazes até a evitação de práticas médicas benéficas para a saúde, como a vacinação, que também tem sido alvo de desinformação similar. O debate público sobre saúde deve ser pautado na transparência, na evidência científica e no respeito ao trabalho dos profissionais de saúde e das organizações que dedicam esforços à promoção do bem-estar da população mundial.