Lula acusa Israel de genocídio e limpeza étnica em Gaza, criticando o veto da ONU
Durante sua participação na sede das Nações Unidas, em Nova York, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva proferiu um discurso contundente onde acusou Israel de promover genocídio e limpeza étnica em Gaza. Lula enfatizou que o direito de ambos os povos, israelense e palestino, de existir deve ser garantido, mas que as ações israelenses em Gaza ultrapassam os limites de uma resposta a um ataque, caracterizando uma tentativa de aniquilar o sonho de uma nação palestina. Ele ressaltou que nada justifica o uso da fome como arma de guerra e que as atrocidades em Gaza demonstram a falha do sistema multilateral em agir diante de violações graves dos direitos humanos. O presidente argumentou que a tirania do veto por parte de alguns membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU impede a entidade de cumprir seu papel de manter a paz e a segurança internacionais, bloqueando iniciativas para evitar o sofrimento de civis e a repetição de tragédias humanitárias. Lula reiterou sua posição histórica de apoio à solução de dois Estados e condenou as políticas que buscam deslegitimar ou eliminar a possibilidade de um Estado palestino independente e viável, defendendo um cessar-fogo imediato e a abertura de corredores humanitários para a entrada de suprimentos essenciais em Gaza, que se encontra em uma situação catastrófica. Ele também criticou o papel dos Estados Unidos ao usar seu poder de veto para bloquear resoluções que poderiam mitigar o conflito, interpretando essa ação como um obstáculo à justiça e à paz na região, e clamou por uma reforma urgente dos mecanismos de governança global para torná-los mais eficazes e representativos dos desafios contemporâneos.