Campanha de Vacinação contra HPV: O Desconhecimento é o Principal Obstáculo para a Proteção das Mulheres
A vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) é uma ferramenta crucial na prevenção de diversos tipos de câncer, com destaque para o câncer do colo do útero, o quarto tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. No entanto, um dos maiores entraves para a ampliação da cobertura vacinal é o desconhecimento, apontando que aproximadamente 30% das mulheres não buscam essa proteção por simplesmente não saberem que ela existe ou por pouca clareza sobre sua importância e disponibilidade. Essa falta de informação, muitas vezes, decorre de lacunas na comunicação em saúde pública e na divulgação das campanhas de imunização, especialmente em regiões com menor acesso a serviços de saúde e informação de qualidade. A relevância do HPV vai além da saúde feminina, pois o vírus também está associado a cânceres em homens, como o de pênis e garganta, além de verrugas genitais, impactando a saúde pública de forma abrangente e justificando a necessidade de atingir altas coberturas vacinais em ambos os sexos. A atualização da caderneta de vacinação é uma medida simples, mas de grande impacto na redução de doenças graves e na promoção da saúde a longo prazo, salvando vidas e diminuindo custos com tratamentos oncológicos. Diante deste cenário, diversas iniciativas em municípios brasileiros têm buscado reverter este quadro, com a intensificação da vacinação contra o HPV, especialmente para o público jovem. Cidades como Belo Horizonte (PBH) e Guarulhos estão oferecendo novas oportunidades para que adolescentes e jovens, compreendidos na faixa etária de 15 a 19 anos, possam completar ou iniciar seu esquema vacinal. Em Salvador, uma parceria entre a Clínica Amo e a prefeitura promoveu campanha de vacinação gratuita, demonstrando o esforço conjunto para ampliar o acesso à proteção. A extensão da faixa etária para a vacinação contra o HPV, permitindo que jovens de até 19 anos recebam a imunização, é uma medida estratégica para alcançar aqueles que não foram vacinados durante a adolescência, mas que ainda se beneficiariam significativamente com a proteção. O vírus HPV é altamente prevalente e pode ser transmitido mesmo com o uso de preservativos, tornando a vacinação a forma mais eficaz de prevenção primária. É fundamental que campanhas informativas sejam contínuas e alcancem todos os estratos sociais, desmistificando receios e incentivando a busca pela vacinação como um ato de cuidado com a própria saúde e com a da comunidade.