Farmacêutica Pede Inclusão de Medicamento Injetável Contra HIV para o SUS
A ViiV Healthcare, uma colaboração entre a GSK, Pfizer e Shionogi, encaminhou um pedido à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para incluir a cabotegravir de ação prolongada (Cabenuva), o primeiro antirretroviral injetável de longa duração para o tratamento e prevenção do HIV no Brasil, no rol de procedimentos do SUS. Trata-se de um marco potencial na saúde pública, oferecendo uma nova alternativa de prevenção contra o HIV, conhecida como PrEP (Profilaxia Pré-Exposição). Atualmente, a PrEP está disponível no SUS na forma oral, administrada diariamente. A versão injetável, quando aprovada, representaria um avanço significativo em termos de adesão e conveniência para os usuários, pois consiste em uma aplicação a cada dois meses, transformando o regime de prevenção. A eficácia e segurança do tratamento injetável já foram comprovadas em estudos internacionais, demonstrando ser uma opção igualmente eficaz à PrEP oral, com a vantagem de reduzir a necessidade de ingestão diária de comprimidos. Este novo método de administração pode especialmente beneficiar aqueles que enfrentam dificuldades em manter a regularidade da medicação oral rotineira, como distúrbios de memória, rotinas de trabalho irregulares ou estigma associado ao uso diário de antirretrovirais que, por vezes, podem ser associados ao tratamento e não à prevenção. A análise da Conitec é crucial para determinar se o medicamento será incorporado ao SUS, considerando não apenas a eficácia clínica e os custos em comparação com as terapias existentes, mas também o potencial impacto na redução da transmissão do HIV no país. A decisão aguardada representa um passo importante na luta contra a epidemia do HIV no Brasil, ampliando as opções de prevenção e tratamento disponíveis à população, com um enfoque em métodos inovadores que podem melhorar a qualidade de vida e a adesão terapêutica. A possibilidade de oferecer uma PrEP injetável no SUS pode significar um reforço considerável nas estratégias de prevenção, especialmente em populações com maior vulnerabilidade, e contribui para o objetivo de controle e eventual erradicação da epidemia até 2030.