Reforma Tributária: Quase 60% dos Contadores Não Estão Preparados para as Mudanças
A Reforma Tributária em curso no Brasil, que visa simplificar o complexo sistema de impostos sobre consumo, está gerando apreensão entre os profissionais da área contábil. Segundo um levantamento divulgado recentemente, cerca de 58% dos contadores não se sentem preparados para as significativas mudanças que a transição para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) trará. Essa falta de preparo pode impactar diretamente a conformidade das empresas e a precisão das obrigações fiscais nos próximos meses. A introdução de um imposto único sobre o consumo, baseado no princípio da tributação no destino, representa uma mudança paradigmática em relação ao modelo atual, que adota a tributação na origem. Essa alteração exige uma profunda reorganização dos processos internos das empresas e um novo entendimento sobre o fluxo de mercadorias e serviços entre os estados e municípios. A transição para o IBS marca o início de uma nova era na tributação brasileira, com o objetivo de criar um ambiente mais justo e eficiente para a atividade econômica. O novo sistema visa eliminar a cumulatividade e a guerra fiscal entre os entes federativos, promovendo um ambiente de negócios mais previsível e competitivo. A complexidade reside não apenas na unificação de impostos, mas também na forma como as alíquotas serão definidas e distribuídas, além da necessidade de adaptação dos sistemas de informação e das rotinas de apuração. A obrigatoriedade do preenchimento de informações relacionadas ao IBS e CBS já se inicia em novembro, exigindo que os profissionais e empresas se adiantem na preparação e busquem capacitação. A falta de preparo generalizada levanta um alerta para a necessidade de investimento em treinamento e para a importância da colaboração entre o poder público e os conselhos de contabilidade, a fim de mitigar riscos e garantir uma transição suave. As entidades contábeis e fiscais estão trabalhando para disponibilizar materiais educativos e orientações, mas a responsabilidade final pela adaptação recai sobre cada profissional e empresa.