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Ozempic e Mounjaro: estudo identifica grupo com pouca resposta à perda de peso

Um estudo recente publicado na revista científica Nature Medicine trouxe à tona uma informação relevante para milhões de pessoas que utilizam medicamentos como Ozempic e Mounjaro para perda de peso. A pesquisa identificou um grupo específico de indivíduos que, apesar de seguir o tratamento, apresenta uma resposta limitada na redução de medidas. Estima-se que aproximadamente 10% dos pacientes tratados com semaglutida (princípio ativo do Ozempic, Wegovy, Rybelsus) e tirzepatida (princípio ativo do Mounjaro e Zepbound) se enquadrem nessa categoria, não alcançando os resultados esperados de emagrecimento. Esta descoberta é crucial para a personalização do tratamento e para a gestão de expectativas dos pacientes, indicando a necessidade de abordagens terapêuticas complementares em determinados casos. Embora esses medicamentos sejam considerados altamente eficazes na luta contra a obesidade, a variabilidade na resposta individual é um fator já conhecido na farmacologia, e este estudo detalha um dos perfis de resposta menos favoráveis. As implicacoes desta descoberta estendem-se para alem da simples contagem de quilos perdidos; o sucesso do tratamento da obesidade envolve múltiplas facetas, incluindo a melhoria de comorbidades associadas como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia do sono. Portanto, a identificacao de 32% de pacientes que nao alcançaram 5% de perda de peso corpora pode indicar que para esse subgrupo, outras intervencões, sejam elas farmacológicas ou comportamentais, podem ser mais adequadas como tratamento primário ou adjuvante. O estudo liderado por pesquisadores do Centro Médico Universitário de Copenhague, na Dinamarca, analisou marcadores genéticos, metabólicos e fisiológicos para entender por que alguns indivíduos respondem melhor aos agonistas do receptor GLP-1 e GIP, classes a que pertencem Ozempic e Mounjaro, respectivamente. A pesquisa sugere que variações em certos genes e na forma como o corpo processa a energia podem influenciar a eficácia desses medicamentos. A semaglutida e a tirzepatida agem imitando hormônios intestinais que aumentam a sensação de saciedade e retardam o esvaziamento do estômago. A tirzepatida, por sua vez, é um agonista duplo dos receptores GLP-1 (glucagon-like peptide-1) e GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide), o que, teoricamente, a tornaria mais potente. No entanto, mesmo com essa vantagem teórica, a resposta individual predomina. A identificacao de biomarcadores que prevejam a resposta ao tratamento pode revolucionar a farmacoterapia da obesidade, permitindo um uso mais direcionado e eficiente dos medicamentos disponíveis. Futuras pesquisas nessa área podem focar em estratégias para otimizar a perda de peso em pacientes com baixa resposta aos tratamentos atuais, talvez através de terapias combinadas ou de novas abordagens farmacológicas. É importante que pacientes que não percebam benefícios significativos com Ozempic ou Mounjaro conversem abertamente com seus médicos sobre suas expectativas e resultados, a fim de ajustar o plano terapêutico e garantir o bem-estar e a saúde a longo prazo. Acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar a eficácia e a segurança do tratamento, bem como para identificar e gerenciar quaisquer efeitos adversos ou respostas incomuns.