O mercado financeiro brasileiro opera em ritmo de expectativa nesta terça-feira, com o dólar oscilando e a bolsa de valores, o Ibovespa, atingindo novos recordes. O cenário é moldado pela iminência da chamada Superquarta, quando serão divulgadas as decisões de política monetária tanto do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, quanto do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. Essa concentração de eventos importantes costuma gerar volatilidade, pois os investidores buscam antecipar os movimentos que poderão impactar o fluxo de capital e a atratividade dos investimentos no país. A possível precificação antecipada de um corte de juros pelo Fed, que seria um dos principais fatores para a queda recente do dólar frente ao real, está em debate entre os especialistas. A comunicação do Fed nas últimas semanas tem sinalizado uma postura mais cautelosa em relação à inflação, o que pode adiar ou suavizar os cortes nas taxas de juros americanas. Se o Fed mantiver a taxa de juros mais alta por mais tempo do que o esperado, isso pode reverter a tendência de valorização do real, aumentando a pressão compradora sobre o dólar. Para o Brasil, a expectativa em torno do Copom gira em torno da magnitude do próximo corte na taxa Selic. Enquanto alguns analistas preveem uma redução de 0,50 ponto percentual, outros apostam em uma desaceleração do ritmo para 0,25 ponto percentual, refletindo as preocupações com a inflação doméstica e a incerteza fiscal. A decisão do Banco Central brasileiro, aliada ao contexto global ditado pelo Fed, definirá o rumo das taxas de juros e, consequentemente, o comportamento do câmbio e do mercado de ações nas próximas semanas. O desempenho positivo do Ibovespa, que superou a marca dos 145 mil pontos pela primeira vez, demonstra um otimismo pontual do mercado acionário, possivelmente impulsionado por resultados corporativos ou por um fluxo de capital estrangeiro em busca de ativos descontados. No entanto, a sustentabilidade dessa alta dependerá intimamente do desfecho da Superquarta e da clareza que as autoridades monetárias conseguirão transmitir sobre seus planos futuros de combate à inflação e estímulo ao crescimento econômico.