Ex-diretor da PF é preso em operação contra corrupção em órgãos ambientais
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (29) a Operação Acrônimo, que investiga um esquema de corrupção envolvendo funcionários públicos e empresários, com foco em fraudes cometidas em órgãos ambientais em Minas Gerais. Entre os presos está Paulo Fernando Heleodoro de Paiva, ex-diretor-geral da Polícia Federal durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A operação cumpre 11 mandados de prisão preventiva e 38 de busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. A investigação aponta que o esquema consistia em obter licenças ambientais mediante o pagamento de propina a funcionários públicos, que em troca facilitavam a liberação de processos, muitas vezes sem a devida análise técnica, causando danos ambientais e prejuízos ao erário público. Além de Paiva, foram presos diretores da Agência Nacional de Mineração (ANM) e outros envolvidos no esquema, que segundo as investigações movimentou milhões de reais em propinas ao longo dos últimos anos. As autoridades buscam desarticular uma rede criminosa que atuava para burlar a legislação ambiental e minerária em benefício próprio, afetando a sustentabilidade e a fiscalização em áreas de interesse econômico e ambiental. As investigações avançaram a partir de delações premiadas e interceptações telefônicas que detalharam o modus operandi dos envolvidos, indicando a participação de agentes públicos em diferentes níveis hierárquicos e a utilização de empresas de fachada para lavar o dinheiro obtido ilicitamente. Esta operação representa mais um passo no combate à corrupção em setores estratégicos do país, com o objetivo de restaurar a lisura e a eficiência na gestão pública, especialmente em áreas que demandam rigorosa fiscalização para a proteção ambiental e a segurança jurídica. A continuidade das apurações visa identificar todos os participantes do esquema e recuperar os valores desviados, fortalecendo a confiança nas instituições e na aplicação da lei.