Uma série de ataques de orcas a barcos em diferentes oceanos tem gerado preocupação e intriga entre cientistas e a comunidade marítima. Recentemente, incidentes específicos em Portugal, como o naufrágio de um veleiro após um ataque, destacaram a gravidade e a frequência desses eventos. Estas ações, antes consideradas isoladas, parecem indicar um padrão de comportamento que os pesquisadores estão se empenhando em decifrar, buscando entender as razões que levam esses mamíferos marinhos a interagir de forma tão agressiva com embarcações humanas. A análise de dados e o acompanhamento das populações de orcas são fundamentais para elucidar este mistério. Existem várias teorias emergindo da comunidade científica, incluindo a possibilidade de que os ataques sejam uma forma de aprendizado social entre os animais, uma resposta a determinados estímulos ambientais ou até mesmo uma manifestação de estresse ou curiosidade. O comportamento tem sido observado em diferentes frotas, sugerindo que não se trata de um fenômeno localizado, mas sim de uma tendência global que precisa ser monitorada de perto. A investigação abrange o estudo de fatores como mudanças na cadeia alimentar marinha, a presença de embarcações em áreas de alimentação ou de passagem das orcas e até mesmo experiências traumáticas passadas que poderiam ter desencadeado essa reação em cadeia. A observação detalhada dos padrões de ataque, incluindo a proximidade com petroleiros, veleiros e iates, e a forma como as orcas interagem com diferentes partes do barco, oferece pistas valiosas para os etólogos. A região da Península Ibérica tem sido um dos epicentros desses encontros, com relatos frequentes de orcas girando em torno de barcos, batendo no leme e, em casos extremos, vindo a causar danos que resultam em naufrágios. A fragilidade dos lemes de alguns veleiros modernos, combinada com a força e a inteligência das orcas, pode ser um fator crucial nos danos observados. A preocupação com a segurança dos navegantes é crescente, e as autoridades marítimas e cientistas buscam novas estratégias para mitigar os riscos, possivelmente através de rotas de navegação alternativas ou métodos de dissuasão que não prejudiquem os animais. As descobertas podem ter implicações significativas para a conservação das orcas e para a prática da navegação em áreas onde elas são mais ativas, promovendo uma coexistência mais segura e informada.