O Ibovespa Futuro registrou uma queda após atingir seu pico na sessão anterior, refletindo a cautela dos investidores em meio a um ambiente de volatilidade acentuada. O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em defesa da regulação do setor de grandes empresas de tecnologia (big techs) adiciona um elemento de incerteza a um mercado já atento aos desdobramentos globais e domésticos. Essa sinalização política pode impactar setores específicos e a confiança dos investidores em relação a futuras políticas regulatórias, moldando as expectativas de desempenho do mercado acionário. A busca por reciprocidade em acordos comerciais também surge como um ponto de atenção, podendo influenciar negociações e fluxos de capital. Apesar das flutuações recentes, o Ibovespa como um todo tem demonstrado resiliência, acumulando um ganho expressivo de 6,5% na reta final do mês, ignorando em parte a performance negativa em Nova York. Este desempenho sugere uma força intrínseca do mercado brasileiro, impulsionada por fatores internos que, por ora, superam as influências externas negativas. A capacidade do mercado em absorver notícias adversas e manter uma trajetória ascendente, mesmo que volátil, é um indicativo de fundamentos que podem estar sendo precificados de forma positiva pelos agentes econômicos. A agenda econômica do dia acentua a importância dos dados macroeconômicos no direcionamento do mercado. A divulgação da inflação oficial dos Estados Unidos (PCE) é um indicador crucial para as decisões de política monetária do Federal Reserve, que, por sua vez, têm repercussões globais diretas nos mercados financeiros, incluindo o brasileiro. Paralelamente, a atenção se volta para os dados fiscais do Brasil, que fornecerão um panorama sobre a saúde das contas públicas e a capacidade do governo em gerenciar seu endividamento, fatores determinantes para a sustentabilidade do crescimento econômico. Diante desse quadro, a bolsa de valores opera em um compasso de espera, com os investidores ponderando os riscos e oportunidades apresentados pelo cenário atual. A oscilação pouco expressiva do Ibovespa é um reflexo dessa cautela, à medida que o mercado busca clareza sobre a trajetória da inflação nos EUA e os desdobramentos das políticas internas. A interação entre os fatores políticos, econômicos e fiscais definirá o viés do mercado nas próximas sessões, com os participantes monitorando atentamente cada indicador e declaração que possa alterar o sentimento dos investidores.