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Paul Krugman alerta sobre ilegalidade e perigos da tentativa de Trump de demitir Lisa Cook do Fed

O renomado economista Paul Krugman expressou forte preocupação com a recente tentativa de Donald Trump em remover a diretora do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook, de seu cargo. Segundo Krugman, essa ação não apenas seria ilegal, mas também representaria um perigo significativo para a estabilidade e a credibilidade da instituição monetária mais importante dos Estados Unidos. A legislação que rege o Federal Reserve estabelece que os membros do seu Conselho de Governadores só podem ser removidos de seus cargos por justa causa, um padrão que, segundo Krugman e especialistas jurídicos, Trump não teria como comprovar em relação a Lisa Cook. A independência do Fed é um pilar fundamental do sistema financeiro global, garantindo que as decisões de política monetária sejam tomadas com base em dados econômicos e não por influências políticas partidárias. Uma tentativa de demissão arbitrária como essa mina diretamente essa independência, abrindo um precedente perigoso para futuras interferências. O Fed, em resposta às especulações, já reiterou que a chefe do Banco Central dos Estados Unidos (Fed), Jerome Powell, não pode demitir a diretora Lisa Cook a menos que ela tenha motivo justo para ser demitida, reafirmando os termos legais em vigor e a autonomia da instituição. Essa declaração visa acalmar os mercados financeiros e reforçar a estabilidade da política monetária americana. A reação inicial do mercado financeiro à notícia da possível demissão de Cook foi considerada moderada, com analistas apontando que a maioria dos investidores não acreditava na concretização dessa medida devido ao seu caráter ilegal e à forte proteção legal que a diretora do Fed possui. No entanto, o mero fato de uma tentativa como essa ter sido ventilada pode gerar incertezas de longo prazo, especialmente se Trump, em uma eventual presidência futura, insistir em suas ações para exercer maior controle sobre o Fed. As ações de Trump não se limitam apenas à figura de Lisa Cook; o ex-presidente também tem demonstrado interesse em influenciar outros bancos regionais do sistema Fed. Essa estratégia visa concentrar poder e direcionar a política monetária de acordo com seus interesses pessoais e políticos, o que é diamantinamente oposto aos princípios de independência e tomada de decisão baseada em evidências que sustentam o funcionamento do banco central americano. A acusação contra a diretora Lisa Cook, que Trump teria em mente para justificar sua ação, não foi explicitamente detalhada, mas a natureza da sua defesa legal residiria na impossibilidade de provar qualquer falha grave ou má conduta que justifique sua demissão sob as leis vigentes. A comunidade econômica e os observadores políticos acompanham de perto o desenrolar dessa situação, cientes de que qualquer interferência direta ou indireta no funcionamento do Fed pode ter repercussões globais significativas, afetando desde taxas de juros até a confiança internacional na economia americana. A autonomia do Federal Reserve é crucial para a manutenção da estabilidade econômica, pois permite que as decisões sobre política monetária, como o controle da inflação e a promoção do pleno emprego, sejam tomadas de forma técnica e desaparessada de pressões políticas. A interferência de qualquer governo na condução das políticas do banco central pode levar a decisões enviesadas, prejudicando a economia no médio e longo prazo. A tentativa de Trump de manipular a composição do conselho do Fed levanta sérias questões sobre seu respeito às instituições democráticas e ao estado de direito, gerando apreensão entre analistas e formuladores de políticas ao redor do mundo. O debate em torno da ação de Trump contra Lisa Cook ressalta a importância vital da separação entre as esferas política e monetária, um princípio que tem sido fundamental para a resiliência da economia americana e global.