Um vídeo que circula nas redes sociais gerou grande repercussão e reacendeu o debate sobre a adultização infantil no Brasil. O fenômeno, que consiste na exposição precoce de crianças e adolescentes a conteúdos e comportamentos associados ao mundo adulto, tem sido alvo de preocupação de pais, educadores e autoridades. Em Santa Catarina, a questão ganhou ainda mais vulto com o aumento expressivo de denúncias registradas no Disque 100, canal oficial para apurar violações de direitos. Essa crescente preocupação reflete um anseio social por maior proteção para os menores frente às influências do ambiente digital e da sociedade contemporânea. O tema tem sido amplamente discutido em diferentes esferas, desde o âmbito familiar até o legislativo, buscando caminhos para mitigar os efeitos negativos desta exposição precoce.,O governo federal e o Congresso Nacional têm intensificado os esforços para criar um ambiente digital mais seguro para crianças e adolescentes. Projetos de lei, como o PL 2628, tramitam com o objetivo de estabelecer diretrizes mais claras para a proteção de menores nas plataformas online. A proposta visa, entre outras medidas, a regulamentação de conteúdos, publicidade direcionada e o uso de dados de crianças e adolescentes, numa tentativa de coibir a exploração e a vulgarização da infância. No entanto, o cenário é complexo, e a própria crise econômica e social que o país atravessa pode gerar novos desafios e dificultar a implementação efetiva destas medidas protetivas. A polarização política e as divergências de opinião também compõem o quadro de obstáculos a serem superados, uma vez que a sensibilidade do tema exige um consenso mínimo para avanços significativos.,A Felca, organização que atua na defesa dos direitos da criança e do adolescente, tem sido uma voz ativa nesse debate. Recentemente, a entidade utilizou suas plataformas para apresentar um balanço dos resultados obtidos após uma denúncia relacionada à adultização de crianças, demonstrando o impacto de suas ações e a importância da vigilância constante. Essa iniciativa serve de exemplo para outras organizações e para a sociedade civil se engajar na fiscalização e no combate a práticas que prejudiquem o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes, ressaltando a necessidade de intervenções rápidas e efetivas quando direitos são violados.,O debate sobre adultização e sexualização precoce de crianças e adolescentes chegou até mesmo à Câmara dos Deputados, onde foram promovidas discussões e audiências públicas sobre o tema. A participação de especialistas, parlamentares e representantes da sociedade civil buscou aprofundar a compreensão sobre as diferentes facetas do problema, os impactos psicológicos e sociais, e as possíveis soluções legislativas e de políticas públicas. A articulação entre o poder público e a sociedade civil é fundamental para se construir um arcabouço normativo e educativo que garanta o pleno desenvolvimento e a proteção integral de crianças e adolescentes em um mundo cada vez mais conectado e desafiador, onde a linha entre o universo infantil e adulto se torna cada vez mais tênue e perigosa.