O senador Marcos do Val publicou em suas redes sociais um vídeo em formato de live onde demonstra desafiar diretamente uma decisão do Supremo Tribunal Federal, proferida pelo Ministro Alexandre de Moraes. No vídeo, o parlamentar exibe a tornozeleira eletrônica que lhe foi imposta, um símbolo visível do cumprimento de medidas cautelares. A ação configura um ato de desobediência e se soma a outras declarações e posturas do senador que têm gerado controvérsia e questionamentos sobre os limites da atuação e da imunidade parlamentar no Brasil. A exibição da tornozeleira, acompanhada de falas inflamadas, sugere um desafio explícito à autoridade judiciária e um intento de mobilizar apoio popular em torno de sua situação, utilizando a plataforma digital como palco para sua manifestação. A atitude de Do Val reacende o debate sobre a independência dos poderes e a necessidade de respeito às decisões emitidas pelo Judiciário, independentemente da esfera de atuação do indivíduo. A liberdade de expressão, garantida pela Constituição, encontra limites quando se volta contra a ordem jurídica estabelecida e quando ameaça a estabilidade das instituições democráticas. A decisão de Moraes, que resultou na imposição da tornozeleira, é parte de um processo mais amplo que busca investigar e conter ações consideradas antidemocráticas e atentados à ordem constitucional. O senador, conhecido por suas posições políticas firmes e por vezes controversas, parece apostar em uma estratégia de confrontação direta com o sistema judicial, buscando capitalizar em cima de um sentimento de restrição de liberdades. A menção explícita à possibilidade de fuga e a declaração de que o ministro Moraes não sabe com quem se meteu evidenciam um tom de confronto aberto e pessoal. Essa postura pode ser interpretada como uma tentativa de deslegitimar a atuação do STF e de seus membros, ao mesmo tempo em que busca construir uma narrativa de perseguição política, na qual ele se apresenta como vítima e defensor de valores que, em sua visão, estariam sendo ameaçados. O caso de Marcos do Val traz à tona discussões complexas sobre a atuação dos senadores, a aplicação da lei e a preservação do Estado Democrático de Direito. A imunidade parlamentar, que visa garantir a liberdade de atuação dos representantes do povo, não é absoluta e não pode servir de escudo para atos que violem a legalidade e a ética. A forma como o senador tem conduzido a situação, especialmente através das redes sociais, levanta preocupações sobre o uso do mandato e da visibilidade pública para fins de desestabilização institucional e ataques a outras esferas de poder. A sociedade aguarda desdobramentos e análises aprofundadas sobre as consequências legais e políticas dessa conduta.