Um morador do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, recebeu o diagnóstico de peste negra, uma doença infecciosa causada pela bactéria Yersinia pestis. O contágio ocorreu após o homem ter sido picado por uma pulga infectada, um evento que, embora raro na atualidade, remonta a surtos históricos que dizimaram populações inteiras, especialmente na Europa durante a Idade Média. Este caso serve como um alerta sobre a persistência de zoonoses, doenças transmitidas de animais para humanos, e a importância da vigilância sanitária e do controle de vetores em áreas urbanas e rurais. As autoridades de saúde locais já iniciaram as investigações para identificar a fonte da infecção e rastrear possíveis contatos do paciente, visando prevenir a disseminação da doença. O tratamento, geralmente com antibióticos, é eficaz quando iniciado precocemente, mas a peste negra pode se manifestar em diferentes formas, como bubônica, pneumônica e septicêmica, cada uma com seu próprio grau de gravidade e mecanismos de transmissão. A forma bubônica, a mais comum, é caracterizada pelo inchaço doloroso dos gânglios linfáticos, conhecidos como bubões, e é transmitida principalmente por picadas de pulgas de roedores infectados. A forma pneumônica, mais perigosa, afeta os pulmões e pode ser transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias, enquanto a forma septicêmica ocorre quando a bactéria se multiplica na corrente sanguínea. A persistência de roedores portadores da bactéria, como esquilos e ratos, em áreas povoadas, e a presença de pulgas que se alimentam desses animais, criam um ciclo de transmissão que exige monitoramento contínuo. Medidas preventivas incluem evitar contato com animais doentes ou mortos, especialmente roedores e seus parasitas, e tomar precauções ao lidar com animais de estimação que podem ter tido contato com esses animais. Além disso, a manutenção de ambientes limpos, o controle de pragas e a conscientização pública sobre os riscos e sintomas da peste negra são fundamentais para a gestão eficaz dessa endemia que, embora rara, representa um risco à saúde pública global. A reemergência de doenças históricas em um contexto moderno nos lembra da vulnerabilidade humana às doenças infecciosas e da necessidade de uma abordagem integrada entre saúde humana, animal e ambiental, conhecida como conceito One Health.