Carregando agora

Maduro convoca alistamento militar na Venezuela diante de ‘ameaças’ dos EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou neste fim de semana um processo de alistamento e convocação de milícias em todo o país. A medida, anunciada em meio a um aumento das tensões com os Estados Unidos, visa fortalecer as defesas nacionais diante do que Maduro descreve como ameaças à soberania venezuelana. A decisão ocorre após o envio de navios de guerra americanos para a costa da América Latina, uma ação que o Brasil e outros países da região interpretam como uma estratégia de intimidação por parte da administração Trump. O contexto geopolítico da América do Sul tem sido marcado por uma crescente polarização, com os Estados Unidos buscando ampliar sua influência e desafiando governos que não se alinham com sua política externa, como é o caso da Venezuela. A presença militar americana na região acirra ainda mais os ânimos e aumenta o receio de um conflito, especialmente considerando o histórico de intervenções dos EUA em países latino-americanos. A Venezuela, sob regime de sanções econômicas impostas pelos EUA, tem enfrentado um período de instabilidade social e política, e o governo busca consolidar o apoio popular e a capacidade de defesa através dessas mobilizações. A convocação de milícias populares, que já compõem uma parte significativa das forças de defesa do país, reflete a estratégia venezuelana de apostar em uma defesa territorial robusta e descentralizada, utilizando a população como elemento essencial na resistência contra possíveis agressões externas. O papel dos Estados Unidos na região tem sido amplamente debatido, com acusações de que Washington estaria utilizando sua força militar para pressionar governos e influenciar seus assuntos internos, em detrimento da autodeterminação dos povos. A postura americana levanta questões sobre a soberania e a estabilidade regional, gerando debates sobre possíveis cenários de confronto e as alianças que se estabeleceriam em caso de uma intervenção militar em algum país da América do Sul, um questionamento que se estende à possibilidade de um conflito envolvendo o próprio Brasil. O fomento à participação civil na defesa nacional, como preconiza o conceito de ‘povo em armas’, é uma doutrina que busca vincular a soberania do Estado à vontade popular manifestada em sua capacidade de defender o território e o regime político vigente, sendo este um pilar da retórica e da prática defensiva venezuelana.