Randolfe Assume Responsabilidade por Derrota do Governo na CPMI do INSS e Coloca Cargo à Disposição
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Senado Federal, manifestou sua insatisfação com o resultado da eleição para a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará possíveis irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele declarou que o governo entrou na disputa com um certo “salto alto”, o que pode ter contribuído para a surpreendente derrota para a oposição. A chapa liderada pela oposição obteve a maioria dos votos, garantindo o comando da comissão que irá apurar fatos relacionados à gestão do INSS em períodos recentes, o que levanta um alerta sobre a capacidade do governo em articular e garantir apoio para suas pautas no Congresso Nacional. O senador colocou seu cargo de líder à disposição como forma de demonstrar sua responsabilidade pelo revés. A configuração da CPMI do INSS já desde o início apontava para um embate polarizado entre governo e oposição, com diferentes projetos e interesses em jogo. A Comissão Mista foi criada com o objetivo de investigar indícios de fraudes e irregularidades na concessão de benefícios previdenciários e assistenciais, além de possíveis interferências políticas na gestão do órgão. A escolha da mesa diretora é um passo crucial para definir os rumos dos trabalhos, a linha de investigação e a forma como os depoimentos serão conduzidos, impactando diretamente no escrutínio das ações do executivo no âmbito do INSS. A derrota do governo na eleição da mesa diretora da CPMI do INSS sinaliza um desafio a mais para o Planalto. A oposição, ao conquistar a presidência e vice-presidência, terá uma forte influência na definição da pauta de oitivas, na convocação de outros parlamentares e na condução geral dos trabalhos investigativos. Isso pode se traduzir em uma CPMI mais incisiva em relação ao governo, buscando expor fragilidades e possíveis equívocos na gestão do INSS. O Partido dos Trabalhadores (PT), como parte da base aliada, protocolou um pedido de convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro para prestar esclarecimentos na CPMI do INSS. Essa iniciativa demonstra a intenção de ampliar o escopo das investigações, ligando possíveis irregularidades a gestões anteriores e expondo as divergências políticas que permeiam o ambiente de investigação no Congresso. A convocação de Bolsonaro, caso aprovada, promete ser um dos pontos de maior tensão e repercussão durante os trabalhos da comissão, adicionando uma camada de complexidade e disputa política à análise das questões relacionadas ao INSS. A eleição para o comando da CPMI do INSS foi vencida pelo deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), com o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) como vice-presidente. Ambos representam a frente de oposição ao governo e a conquista dessas posições estratégicas é vista como uma vitória significativa para articulação política da base oposicionista. A liderança de Motta traz consigo a expectativa de uma atuação firme na condução dos trabalhos, com foco na fiscalização das ações governamentais e na busca por transparência nos processos investigativos. A participação de Bezerra Coelho, com sua experiência política, também reforça a capacidade da oposição em dialogar e, ao mesmo tempo, pressionar o governo durante o curso da CPMI. Essa composição da mesa diretora deverá moldar significativamente a dinâmica da comissão nos próximos meses.