A Polícia Federal (PF) trouxe à tona novas evidências que sugerem uma ligação direta entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e a esfera de influência de Donald Trump, por meio de um advogado associado à Trump Media. As mensagens interceptadas e analisadas pela PF indicam que Bolsonaro buscou aconselhamento jurídico e estratégico com este profissional para a elaboração de suas publicações, especialmente aquelas que expressavam gratidão ao presidente norte-americano da época. Essa colaboração levanta questões sobre a influência externa em decisões e comunicações de um chefe de Estado brasileiro. O episódio adiciona uma camada de complexidade à investigação sobre possíveis interferências e articulações com figuras internacionais.

As revelações da PF sugerem que a interação não se limitou a simples conselhos de comunicação. Há indícios de que o advogado de Trump e Bolsonaro trabalharam em conjunto em estratégias que visavam contestar decisões judiciais e desacreditar o Supremo Tribunal Federal (STF), especificamente o Ministro Alexandre de Moraes. Essa atuação coordenada, conforme exposto pelas mensagens, aponta para uma possível tentativa de minar instituições democráticas, utilizando a experiência e a rede de contatos de um dos maiores nomes da política americana. A PF considera essas mensagens como prova de subordinação e alinhamento ideológico com a agenda americana.

A comunicação entre Bolsonaro e o advogado de Trump ocorreu em um período de intensa polarização política no Brasil e nos Estados Unidos. A troca de mensagens revela um notável grau de confiança e dependência, onde o ex-presidente brasileiro parecia valorizar a opinião do profissional ligado a Trump para moldar suas ações públicas. A busca por orientação externa, especialmente para criticar ou confrontar o judiciário brasileiro, é um ponto crítico na investigação, pois sugere uma potencial vulnerabilidade da soberania e das instituições democráticas a influências estrangeiras e agendas pessoais.

Essa conexão com o staff de Trump também pode ser interpretada como parte de uma estratégia mais ampla de alinhamento político e ideológico entre os dois ex-presidentes. Ambos compartilhavam discursos populistas e uma retórica antissistema, o que pode ter facilitado a aproximação e a colaboração em busca de objetivos comuns. A PF continua a analisar o material apreendido para determinar a extensão total dessa colaboração e suas possíveis implicações legais e políticas para o ex-presidente Bolsonaro e para o cenário democrático brasileiro.