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Eduardo Bolsonaro xinga Jair Bolsonaro em mensagens após críticas

A recente divulgação de mensagens trocadas entre Eduardo Bolsonaro e seu pai, Jair Bolsonaro, expôs um racha significativo na família e no cenário político. Emconversas privadas, Eduardo dirigiu ofensas graves a Jair, chamando-o de ingrato e utilizando termos de baixíssimo calão. O ponto de discórdia parece ter sido uma entrevista em que Jair Bolsonaro qualificou o filho, Eduardo, como imaturo, especialmente no contexto do seu relacionamento político com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Essa expressão de descontentamento por parte de Eduardo, que teria levado a xingamentos públicos contra o pai, demonstra a profundidade das tensões internas no bolsonarismo.

O conflito se intensificou com a notícia de que Eduardo ameaçou abandonar o pai após ser taxado de imaturo pela imprensa. Essa ameaça sugere um ultimato tácito ou uma escalada na crise familiar e política que os envolve. A percepção de Eduardo seria a de que Jair não estaria protegendo a imagem de seus filhos ou a suposta continuidade de seu projeto político, personificada em Tarcísio de Freitas. A referência a segurar a narrativa de Tarcísio o sucedendo indica que Eduardo via a fala de Jair como um endosso precoce ou inadequado à sucessão, possivelmente antes do momento que ele próprio considerava apropriado.

As mensagens também revelam uma ironia de Eduardo em relação a Tarcísio, sugerindo que ele próprio teria aspirações de ser candidato em 2026, o que o colocaria em rota de colisão com o projeto de Tarcísio. Essa dualidade de intenções – o aparente apoio à ascensão de Tarcísio, mas com o desejo de não ser preterido neleitoralmente – adiciona uma camada complexa à dinâmica familiar e política. A investigação da Polícia Federal (PF) sobre essas mensagens e ameaças evidencia a gravidade da situação, podendo ter implicações na coesão da base de apoio do ex-presidente.

A repercussão dessas conversas reflete um momento de instabilidade para o grupo político bolsonarista, que já enfrenta desafios em consolidar uma nova liderança após o fim do governo. A exposição de tais desavenças em público pode minar a confiança dos apoiadores e gerar questionamentos sobre a capacidade de articulação e união do grupo para futuras disputas eleitorais. A necessidade de gerenciar narrativas e controlar a imagem pública torna-se ainda mais crucial em um cenário onde as relações pessoais se misturam de forma tão explícita com a política.