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SUS substitui Papanicolau por teste de DNA do HPV em busca de maior precisão

O Sistema Único de Saúde (SUS) está passando por uma atualização significativa em seus protocolos de rastreamento do câncer de colo de útero. A principal modificação é a substituição do tradicional exame Papanicolau pelo teste de detecção do DNA do vírus HPV (Papilomavírus Humano). Essa transição, já em fase de implementação em diversas regiões do país, como em Ribeirão Preto (SP), representa um avanço importante na busca por maior precisão e antecipação no diagnóstico da doença, que historicamente afeta milhares de mulheres no Brasil. A expectativa é que essa mudança contribua para a redução da mortalidade relacionada ao câncer de colo de útero, um dos tipos de neoplasia mais comuns entre a população feminina.

A justificativa para essa alteração reside na natureza do vírus HPV, reconhecido como o principal agente causador do câncer de colo de útero. Ao focar na identificação do DNA viral, o novo teste permite detectar a presença do HPV em estágios iniciais, muitas vezes antes mesmo que alterações celulares preocupantes sejam visíveis no exame Papanicolau convencional. Essa abordagem proativa possibilita uma intervenção mais rápida e eficaz, diminuindo o risco de progressão da infecção para formas mais graves e de difícil tratamento. A maior sensibilidade do teste de DNA do HPV é um fator crucial para otimizar o processo de rastreamento e aumentar as chances de cura.

No entanto, a implementação dessa nova metodologia não está isenta de desafios. Um dos pontos a serem amplamente divulgados e compreendidos pela população é sobre como será feita a transição e quais os próximos passos caso o teste de DNA do HPV seja positivo. É fundamental que as unidades de saúde estejam preparadas para realizar o seguimento adequado das pacientes, o que pode incluir a realização de colposcopias e biópsias para confirmar ou descartar lesões pré-cancerosas ou cancerosas. A educação em saúde para os profissionais e para o público geral é um componente essencial para garantir o sucesso dessa estratégia de rastreamento.

O impacto financeiro no SUS também é um aspecto a ser considerado. Embora o diagnóstico tardio do câncer de colo de útero geralmente eleve os custos com tratamentos mais complexos e internações, é preciso avaliar a relação custo-benefício do novo teste de DNA do HPV a longo prazo. A experiência de unidades pioneiras na implantação do programa, como evidenciado pela notícia da visita do Ministro da Saúde a uma unidade recifense, pode servir de modelo para outras localidades, otimizando recursos e compartilhando boas práticas. O programa “Útero é Vida”, por exemplo, pode ser um vetor importante para disseminar essa nova abordagem, promovendo a saúde feminina de forma mais abrangente e eficiente.