Datafolha: 39% dos brasileiros atribuem tarifaço à família Bolsonaro, 15% a Moraes
Uma pesquisa recente do Instituto Datafolha aponta para uma divisão significativa na percepção pública brasileira a respeito do chamado tarifaço, que compreende o conjunto de aumentos em impostos e tarifas. De acordo com os dados divulgados, 39% dos entrevistados consideram a família Bolsonaro como a principal responsável por essas medidas. Este percentual sugere que uma parcela considerável da população associa as políticas econômicas recentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares, reverberando debates sobre a herança fiscal e as decisões tomadas durante seu mandato. A pesquisa contrapõe essa visão, mostrando também que 35% dos eleitores atribuem a culpa ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indicando que a percepção sobre a responsabilidade econômica se estende ao governo em exercício e suas próprias políticas de ajuste fiscal ou de manutenção de receitas, possivelmente ligadas a gastos sociais ou a decisões orçamentárias. A divergência entre esses números demonstra a complexidade do cenário econômico e político brasileiro, onde diferentes grupos atribuem responsabilidades distintas aos seus líderes. O percentual atribuído a Lula reflete, em parte, a expectativa de que um novo governo possa mitigar ou reverter medidas impopulares de governos anteriores, ou, alternativamente, que as decisões atuais do governo Lula estejam diretamente ligadas a esses aumentos. Outro ponto relevante da pesquisa é a atribuição de responsabilidade a figuras específicas dentro da família Bolsonaro, com 22% da culpa sendo direcionada a Jair Bolsonaro e 17% a Eduardo Bolsonaro, evidenciando uma percepção de influência familiar nas decisões econômicas. Estes números detalhados sobre os membros da família Bolsonaro, quando somados, aproximam a responsabilidade atribuída a eles do percentual dado à família como um todo, reforçando a ideia de que a família é vista como um bloco coeso nas decisões econômicas. Adicionalmente, 15% dos brasileiros apontam o Ministro Alexandre de Moraes como responsável pelo tarifaço. Essa atribuição de culpa a um membro do judiciário, em um contexto de decisões que afetam a economia, pode estar ligada a decisões judiciais que impactaram a arrecadação ou a execução orçamentária, ou ainda a uma percepção mais ampla sobre a influência de outros poderes na gestão econômica do país, algo que transcende a mera responsabilidade fiscal direta e adentra o campo da governança e da estabilidade institucional. A inclusão de Alexandre de Moraes como possível responsável, embora em menor percentual, é um indicativo da complexidade da atribuição de responsabilidades em tempos de crise ou de medidas econômicas impopulares, onde a população busca explicações em diversas esferas de poder.