A segunda temporada de And Just Like That… encerrou sua exibição com um final que gerou controvérsia entre os fãs de longa data de Sex and the City. Muitos argumentam que os novos episódios não conseguiram replicar o impacto cultural e a autenticidade que definiram a série original. A forma como a trama lidou com o desenvolvimento das personagens e a introdução de novos elementos narrativos tem sido alvo de críticas, com setores do público sentindo que o brilho e a ousadia que caracterizavam Carrie, Miranda e Charlotte se perderam em meio a tramas menos cativantes e decisões questionáveis de roteiro. A série tentou modernizar o universo de SATC, mas as mudanças nem sempre foram bem recebidas, gerando um debate sobre a dificuldade de adaptar um ícone cultural para os dias atuais sem descaracterizá-lo.

A produção, que buscava trazer de volta o encanto de Nova York e as complexas relações de amizade feminina, acabou por se afogar em momentos considerados forçados ou desnecessários. A ausência de Kim Cattrall como Samantha Jones, apesar de comentada, também deixou um vácuo na dinâmica do quarteto, um ponto frequentemente levantado nas discussões sobre as falhas da nova série. Mesmo com participações especiais de Cattrall em alguns episódios, a falta de um envolvimento mais profundo impediu a completa reintegração da personagem, o que muitos sentem que prejudicou a coesão da narrativa. A série errou ao subestimar a importância da personagem Samantha para o equilíbrio do grupo.

Enquanto a crítica especializada e o público debatem o sucesso ou fracasso de And Just Like That…, é inegável que a série original, Sex and the City, deixou um legado marcante na cultura pop. A moda, em particular, foi um dos pilares que sustentaram o sucesso da série, com as personagens frequentemente ditando tendências que atravessavam gerações. Itens como o uso criativo de saias de tule, os Manolo Blahnik, e a própria forma de combinar peças de grife com achados mais acessíveis, transformaram a moda urbana em uma passarela particular para as protagonistas. A nova série tentou revisitar essa conexão com a moda, mas as escolhas de cada personagem parecem ter perdido um pouco desse apelo revolucionário.

O futuro de And Just Like That… ainda está em aberto, com especulações sobre uma possível terceira temporada. No entanto, para que a série consiga se redimir e conquistar a aprovação da base de fãs mais exigente, a equipe criativa precisará fazer ajustes significativos. A necessidade de aprofundar as narrativas individuais, resgatar o humor afiado característico e, quem sabe, encontrar uma maneira mais integrada de lidar com a ausência ou presença de personagens-chave, serão determinantes para o sucesso futuro. Resta saber se a série conseguirá se reencontrar com seu público fiel e honrar a memória de um dos programas mais queridos da televisão.