Galípolo defende juros altos e aponta programas sociais como fator
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em recente palestra, abordou a complexa relação entre programas sociais vigorosos e a necessidade de manutenção de taxas de juros elevadas. Segundo ele, a abundância de recursos circulando na economia, impulsionada por investimentos sociais robustos, exige uma política monetária mais restritiva para evitar pressões inflacionárias significativas. A ideia fundamental é que, para garantir a estabilidade de preços, é preciso manejar a demanda agregada de forma cuidadosa, calibrando a expansão monetária com instrumentos eficazes. Campos Neto enfatizou que essa é uma abordagem prudente para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Ele explicou que um dos principais focos da política monetária é justamente garantir que a inflação permaneça sob controle, e para isso, é essencial que o custo do dinheiro reflita a realidade econômica. Quando há um forte impulso de demanda, como pode ocorrer com programas sociais de ampla escala, o Banco Central se vê na contingência de ajustar a taxa básica de juros, a Selic, para conter eventuais desequilíbrios. O objetivo é criar um ambiente de maior previsibilidade para os agentes econômicos, permitindo um planejamento mais seguro para investimentos e consumo. Ele ressaltou que a sua gestão tem um compromisso firme com a manutenção da inflação dentro da meta estabelecida. Essa meta, aliás, é um dos pilares da credibilidade do Banco Central no cenário nacional e internacional. A gestão da política monetária, portanto, envolve uma análise constante dos indicadores econômicos e a tomada de decisões que visem a sustentabilidade do crescimento com estabilidade de preços, mesmo que isso signifique manter a Selic em patamares mais altos por períodos mais longos. Ele ainda comentou sobre a necessidade de normalizar os canais de transmissão da política monetária, o que demanda tempo e a implementação de uma sucessão de reformas estruturais. Galípolo cita programas sociais como motivo para juro alto. O importante é afastar a bola da pequena área, diz Galípolo sobre a Selic. Galípolo prega vigilância do BC do fim de 2025 a 2026 e defende manutenção da Selic. Essa observação, feita em tom de metáfora esportiva, sugere que a política monetária precisa ser proativa, antecipando riscos e agindo de forma a evitar que problemas menores se transformem em entraves maiores para a economia. A serenidade e a capacidade de antecipar cenários complexos são ingredientes essenciais para o bom desempenho de um banco central. A vigilância mencionada para o período de 2025 e 2026 indica que as incertezas econômicas podem persistir, exigindo uma postura de atenção constante por parte da autoridade monetária. O cenário global, com suas próprias dinâmicas e desafios, também influencia as decisões internas. A conjuntura internacional, com tensões geopolíticas e flutuações nos mercados de commodities, adiciona camadas de complexidade à condução da política monetária. Assim, a manutenção da Selic em níveis que considerem esses fatores é uma estratégia que busca equilibrar as necessidades internas com as influências externas. A estratégia de calibrar a política monetária é fundamental para a consolidação do crescimento econômico sustentável. O presidente do Banco Central, ao compartilhar suas visões, contribui para a transparência e a compreensão pública sobre as decisões que afetam o bolso de todos os brasileiros. Ele ressaltou a importância de calibrar a demanda agregada com cuidado, mesmo quando o objetivo é estimular o crescimento. O foco na estabilidade de preços é um imperativo que não pode ser negligenciado. Ele destacou que a sua gestão tem um compromisso firme com a manutenção da inflação dentro da meta estabelecida.