As manifestações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro realizadas no último domingo geraram repercussão na imprensa internacional, que buscou analisar o contexto político e as possíveis implicações para o futuro do bolsonarismo no Brasil. Veículos como a BBC destacaram o caráter de convocação feito por Bolsonaro e a adesão significativa de seus apoiadores, apontando para uma tentativa de demonstrar força política e pressionar as instituições democráticas. A cobertura internacional também tendeu a contextualizar os atos como um reflexo de profunda polarização política que afeta o país, com muitos analistas observando a dinâmica entre o governo atual e a oposição representada pelos bolsonaristas. A possibilidade levantada pela CartaCapital sobre uma potencial decretação de prisão de Bolsonaro pelo Ministro Alexandre de Moraes, com base em um vídeo divulgado nas redes sociais, adiciona uma camada de tensão e complexidade ao cenário. Essa questão jurídica é central para entender o grau de risco que o ex-presidente enfrenta e como isso pode impactar a unidade ou fragmentação do movimento bolsonarista. A imprensa tem acompanhado de perto os desdobramentos legais, ciente de que qualquer decisão do STF, especialmente envolvendo figuras políticas proeminentes, possui um forte componente midiático e político. O Globo, ao abordar o sonho bolsonarista de negociar com o Supremo, aponta para uma estratégia que busca, talvez, um diálogo de poder ou uma forma de mitigar possíveis consequências legais para seus líderes. Essa tentativa de negociação, caso exista, revela uma tática de sobrevivência política e de preservação da influência do grupo, mesmo diante de desafios institucionais. A narrativa da negociação com o STF sugere um movimento que tenta se reposicionar no tabuleiro político, buscando brechas e alianças, mesmo que com o próprio órgão que pode impor sanções. Por sua vez, a declaração do presidente do PL, partido ao qual Bolsonaro é filiado, de que o partido “bombou” com as manifestações, indica uma visão otimista por parte da legenda em relação à capacidade de mobilização do ex-presidente e de sua base de apoiadores. Essa fala reflete uma estratégia partidária de capitalizar o capital político de Bolsonaro, utilizando as manifestações como demonstração de vitalidade e relevância eleitoral. O sucesso em mobilizar apoiadores, mesmo em um contexto de apoio a um ex-presidente, pode ser visto como um indicativo da força de sua base e um trunfo para as futuras disputas eleitorais, embora a sustentabilidade dessa força a longo prazo permaneça como um ponto de interrogação.