Fábio Assunção relata abuso sexual na infância e vergonha de internações
O ator Fábio Assunção trouxe à tona em entrevista recente um relato doloroso sobre um episódio de assédio sexual que sofreu quando tinha apenas oito anos de idade. Segundo o artista, a agressão ocorreu por parte de um homem que lhe dirigiu palavras e tocou em seu corpo de forma inadequada, um momento que o marcou profundamente. Ele descreveu a dificuldade em processar e verbalizar a experiência na época, mas conseguiu compartilhar o ocorrido com sua irmã, que o acolheu e acreditou em seu relato, um ponto de apoio crucial em um momento de vulnerabilidade extrema. A coragem em compartilhar essa vivência traumática, mesmo anos após o ocorrência, lança luz sobre a importância do acolhimento e da escuta ativa em casos de abuso infantil.
Além do assédio, Assunção também abordou a vergonha que sentia em relação às suas internações em clínicas de reabilitação, um tema que o acompanhou por muito tempo. Ele confessou que frequentemente se desculpava com o mundo, sentindo-se envergonhado por suas lutas pessoais e pela necessidade de tratamento. Essa sua declaração evidencia o estigma social associado à saúde mental e às dependências químicas, e a batalha interna que muitos enfrentam para aceitar suas vulnerabilidades e buscar ajuda sem julgamentos. A superação desses sentimentos de vergonha é um passo fundamental para a recuperação e para a construção de uma imagem mais positiva de si mesmo.
A revelação de Assunção ocorre em um momento em que o debate sobre saúde mental e o combate à violência sexual infantil ganham cada vez mais espaço na sociedade. Ao compartilhar sua história, o ator não apenas expõe um trauma pessoal, mas também contribui para encorajar outras vítimas a falarem sobre suas experiências e a buscarem o apoio necessário. A iniciativa de Fábio Assunção pode servir de inspiração para que mais pessoas se sintam seguras para denunciar e para que a empatia e a compreensão prevaleçam em nossa sociedade.
O relato de Fábio Assunção também ressalta a importância da rede de apoio familiar em momentos de crise. O fato de sua irmã ter acreditado em seu testemunho quando criança foi fundamental para que ele não internalizasse ainda mais o trauma. Essa dinâmica familiar positiva contrasta com a descrença que por vezes as vítimas de abuso enfrentam, reforçando a necessidade de uma cultura de escuta e validação, especialmente no ambiente familiar, para que as feridas do passado possam ser curadas e a vida possa seguir em frente com mais dignidade e resiliência.