Governadores de oposição criticam Lula por tarifaço de Trump; Gleisi rebate críticas
Os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Júnior (Paraná) e Ronaldo Caiado (Goiás) expressaram publicamente sua insatisfação com a maneira como o governo federal está lidando com o recente tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Segundo Tarcísio de Freitas, o estado de São Paulo pode sofrer a perda de até 120 mil empregos como consequência direta dessas novas tarifas. Essa declaração ressalta a preocupação com os impactos econômicos em nível estadual, indicando que as medidas protecionistas americanas já demonstram potencial para afetar a geração de empregos e a atividade produtiva em importantes economias regionais do Brasil. A projeção aponta para um cenário de cautela no mercado de trabalho e na expansão empresarial.
Estados como o Paraná também sinalizam um cenário preocupante. A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) estima que aproximadamente 620 mil empregos no estado estejam em risco devido ao impacto do tarifaço promovido pelos EUA. Essa projeção demonstra a amplitude do problema, afetando não apenas um estado isolado, mas uma região com forte vocação industrial e exportadora. A indústria paranaense, em especial, tem uma forte ligação com o mercado internacional, e tarifas mais altas podem prejudicar a competitividade de seus produtos, levando a uma redução na produção e, consequentemente, na força de trabalho empregada. Essa situação exige uma análise aprofundada das cadeias produtivas afetadas.
Em resposta às críticas provenientes dos governadores, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu as acusações, classificando Tarcísio de Freitas como oportunista. Segundo Hoffmann, a postura de alguns governadores visa explorar a situação para fins eleitorais ou de oposição política, desviando o foco da necessidade de uma resposta coordenada e estratégica do país. Ela defende que o governo federal está atuando para mitigar os impactos do tarifaço, buscando soluções diplomáticas e comerciais que protejam os interesses brasileiros. A troca de farpas evidencia a polarização política e as diferentes visões sobre a melhor forma de defender os interesses econômicos nacionais em um contexto de tensões comerciais internacionais.
A crítica à postura do governo Lula é vista por analistas políticos como uma tentativa de alguns estados de pressionar o governo federal a adotar medidas mais incisivas. O tarifaço americano, que afeta diversos setores da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria, levanta o debate sobre a necessidade de retaliações ou negociações mais firmes no âmbito bilateral. A União Europeia, por exemplo, tem adotado uma postura mais contundente em defesa de seus setores afetados, o que serve de parâmetro para o debate interno sobre a autonomia e a assertividade da política externa brasileira em momentos de disputa comercial global.