O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) encerrou seu acampamento em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta sexta-feira (20), após a decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes que proibiu a manutenção de manifestações e barracas na Praça dos Três Poderes. A ordem de Moraes visa coibir o que ele considera tentativas de intimidação e coação contra a Corte e as instituições democráticas, citando inclusive precedentes em outros países e referindo-se a práticas autoritárias em sua justificativa. A medida atinge diretamente os atos que vinham ocorrendo em Brasília em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Lopes, conhecido por sua lealdade ao ex-chefe do Executivo, era um dos participantes mais visíveis do acampamento que se formou após as eleições de 2022. A retirada de sua barraca simboliza o impacto imediato da decisão do STF nas manifestações cívicas que ganharam força no país nos últimos anos. A decisão de Moraes gerou diferentes reações. Enquanto defensores da medida enxergam o STF agindo para garantir a ordem pública e a estabilidade institucional, críticos apontam um possível excesso no uso do poder cautelar por parte do ministro, que estaria restringindo o direito à livre manifestação e ao protesto. Especialistas em direito constitucional debatem a linha tênue entre a proteção da democracia e a limitação de liberdades civis, com muitos advogados apontando que a argumentação de Moraes, ao citar exemplos históricos e internacionais, pode ser utilizada para justificar medidas mais drásticas em outros contextos. O deputado Hélio Lopes, ao deixar o local, não concedeu entrevistas, mas sua ação indica o acatamento da ordem judicial, embora as motivações e o impacto a longo prazo das restrições impostas pelo STF ainda sejam objeto de ampla discussão.