A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou nesta semana que a bandeira tarifária que vigorará para o mês de agosto será a bandeira vermelha patamar 2. Esta classificação é o indicativo mais severo do sistema de bandeiras tarifárias, o que significa que os consumidores já podem se preparar para um aumento considerável no valor de suas faturas de energia elétrica. A decisão de acionar essa bandeira está diretamente ligada às condições desfavoráveis de geração de energia no país, especialmente pela escassez hídrica que afeta o nível dos reservatórios das hidrelétricas, as fontes mais baratas e limpas de eletricidade.

Com a bandeira vermelha patamar 2, o custo adicional por cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos será de R$ 6,500. Este valor representa um acréscimo substancial em relação aos patamares anteriores, inclusive a própria bandeira vermelha patamar 1, que prevê um custo adicional de R$ 4,209 para o mesmo volume de consumo. A agência explica que a necessidade de acionar termelétricas, que possuem um custo operacional mais elevado e emitem mais poluentes, é o principal fator para a elevação dos preços. Essas usinas são acionadas em momentos de baixa disponibilidade de água para as hidrelétricas ou picos de demanda, garantindo a segurança do abastecimento.

O cenário hidrológico brasileiro tem sido particularmente desafiador nos últimos meses, com baixos níveis de chuva em regiões cruciais para a geração hidrelétrica. Essa situação obriga o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a gerenciar a matriz energética de forma a preservar os reservatórios estratégicos e garantir o suprimento de energia em todo o território nacional. Consequentemente, a dependência de fontes de energia mais caras, como as termelétricas a gás natural, óleo combustível ou carvão, torna-se inevitável, impactando diretamente o custo da energia para o consumidor final.

Diante deste cenário, a Aneel reforça a importância do consumo consciente de energia elétrica. Medidas simples como o uso racional de aparelhos elétricos, a redução do tempo de banho, a desconexão de aparelhos em stand-by e a otimização do uso de ar condicionado podem contribuir significativamente para a diminuição do valor da conta de luz. Além disso, a expectativa é que com a melhora das condições climáticas e a maior disponibilidade de água para as hidrelétricas, o sistema de bandeiras tarifárias possa ser novamente revisado para patamares mais baixos nos próximos meses, aliviando o bolso do consumidor.