Big Techs Defendem Pix Universal e Lobby Brasileiro é Dificultado por Receio de Trump
As gigantes da tecnologia, conhecidas como big techs, manifestaram em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin um forte apoio à expansão do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, para abranger todos os tipos de transações financeiras. Essa defesa ocorre em um momento crucial para o sistema financeiro nacional, que busca democratizar o acesso a meios de pagamento mais eficientes e com menores custos. A proposta das big techs visa não apenas fortalecer o Pix como ferramenta de inclusão financeira, mas também estimular a inovação e a concorrência no setor, abrindo novas oportunidades de negócio para empresas de tecnologia que podem oferecer soluções integradas a esta infraestrutura.
Paralelamente, o cenário internacional apresenta desafios significativos para os interesses econômicos do Brasil. Um temor generalizado entre empresas americanas em dialogar com o governo brasileiro reside na possibilidade de uma reação adversa por parte do ex-presidente Donald Trump, caso ele venha a ser reeleito. Essa apreensão dificulta o trabalho de lobby em Washington, que busca mitigar o impacto de tarifas impostas pelos Estados Unidos, como as que afetam setores como o agronegócio e a indústria aeroespacial. A incerteza sobre as políticas comerciais futuras sob uma eventual administração Trump cria um ambiente de cautela, onde empresas temem expor suas posições ou advogar por interesses específicos que possam ser interpretados como contrários à agenda americana.
Nesse contexto de pressões internas e externas, o Brasil busca equilibrar suas políticas de desenvolvimento tecnológico e financeiro com a necessidade de manter relações comerciais estáveis e benéficas. A defesa do Pix pelas big techs pode ser vista como um movimento estratégico para consolidar uma plataforma de pagamentos robusta e competitiva globalmente, que contribua para a digitalização da economia brasileira. Ao mesmo tempo, a capacidade do país de influenciar políticas comerciais e defender seus setores produtivos no mercado internacional está intrinsecamente ligada à sua diplomacia econômica e à sua habilidade de navegar em um ambiente geopolítico cada vez mais complexo e volátil. A articulação com empresas nacionais e internacionais, bem como a construção de alianças estratégicas, torna-se fundamental para superar barreiras e garantir o protagonismo econômico brasileiro.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e outros órgãos governamentais e setoriais continuam trabalhando para mitigar os efeitos de eventuais tarifas e promover os produtos e serviços brasileiros no exterior. A defesa de medidas como linhas de crédito emergencial para setores impactados, como solicitado pela Abipesca para a pesca, demonstra a urgência em encontrar soluções que protejam a indústria nacional e garantam a competitividade em um mercado globalizado. A habilidade de adaptar-se a mudanças nas políticas comerciais e de antecipar cenários de incerteza será crucial para o sucesso a longo prazo das relações econômicas do Brasil.