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Galípolo: Não há ‘bala de prata’ para conciliar inflação e juros baixos

O Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, em diversas manifestações recentes, tem destacado a complexidade inerente à gestão macroeconômica, especialmente no que tange à delicada relação entre a taxa básica de juros, a Selic, e o controle inflacionário. Galípolo explicitamente negou a existência de uma ‘bala de prata’, uma solução mágica ou simplista que permitiria simultaneamente reduzir os juros e manter a inflação sob controle, uma visão que reflete os desafios enfrentados por economias em desenvolvimento e estabelecidas em momentos de incerteza. A persistência de uma inflação elevada, medida pelo IPCA, acima das metas estabelecidas pelo Banco Central, tem sido um fator determinante nas decisões de política monetária, impondo a necessidade de taxas de juros mais restritivas para conter pressões inflacionárias. A autoridade monetária, por sua vez, sinaliza que a trajetória futura da Selic dependerá da evolução do cenário inflacionário e das expectativas dos agentes econômicos, reiterando a importância da credibilidade e da previsibilidade nas suas ações. A defesa de um acesso mais amplo e a menor custo ao crédito por parte do governo, mencionada por Galípolo em audiências no Congresso, aponta para a busca por mecanismos que dinamizem a economia sem, contudo, comprometer a estabilidade de preços, um equilíbrio tênue e de difícil consecução. A sugestão de um cenário de descumprimento da meta de inflação por um período de três anos, como levantado por Galípolo, indica uma projeção de desafios contínuos para os próximos exercícios fiscais, onde a política econômica precisará navegar em águas turbulentas para alcançar os objetivos de estabilidade e crescimento sustentável. O Banco Central, ciente da sua responsabilidade na ancoragem das expectativas inflacionárias, tem se posicionado de forma a comunicar claramente as razões por trás de suas decisões, como a provável publicação de uma carta aberta para justificar o atual patamar do IPCA.