Janja reage a jornalistas chamando-os de vira-latas após pergunta sobre Trump para Lula
Durante um evento oficial, a primeira-dama Janja da Silva demonstrou irritação quando uma pergunta direcionada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva tocou em um tema sensível relacionado às políticas comerciais de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. Ao ouvir os questionamentos de jornalistas sobre as tarifas impostas por Trump em seu mandato, Janja proferiu a frase: Ai, cadê meus vira-latas?, em um claro sinal de desagrado com a abordagem e o que ela percebeu como uma tentativa de pressionar o presidente. A reação da primeira-dama rapidamente gerou repercussão nas redes sociais e na imprensa, com interpretações variadas sobre o real significado de sua fala e o contexto em que foi dita.
Posteriormente, em declarações que buscaram contextualizar ou justificar seu comentário, Janja indicou que o termo “vira-latas” foi uma crítica direcionada a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo sua justificativa, a intenção seria rebater um comportamento de subserviência ou alinhamento cego com determinadas pautas, o que ela associaria ao que considera de “bolsonarismo”. Essa explicação procurou afastar a ideia de que a primeira-dama estaria generalizando ou desrespeitando a profissão jornalística como um todo, focando a crítica em um grupo político específico que, em sua visão, adota posturas consideradas por ela como negativas.
A polêmica em torno da declaração de Janja reacende o debate sobre a relação entre política, imprensa e a linguagem utilizada por figuras públicas. A escolha do termo “vira-latas”, com suas conotações pejorativas em determinados contextos, levanta questões sobre o respeito à liberdade de imprensa e o tom das interações entre o governo e os veículos de comunicação. Especialistas em comunicação política analisam que, mesmo se a intenção foi criticar um grupo específico, a generalização em um momento de confronto direto com a imprensa pode ter efeitos contraproducentes, minando a confiança e dificultando o diálogo.
O episódio também se insere em um cenário de polarização política no Brasil, onde a linguagem anticomunista e antidemocrática muitas vezes se manifesta em termos que visam desqualificar oponentes, incluindo a própria imprensa. A menção a tarifas de Trump, um tema que remete a políticas protecionistas e a um período de tensão comercial global, adiciona uma camada de complexidade à situação, ligando a reação de Janja a questões de política externa e soberania econômica, ao mesmo tempo em que expõe as sensibilidades políticas internas.