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Países do BRICS reagem a ameaças de Trump sobre tarifas e uso do dólar

A recente ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos importados de países membros do BRICS gerou fortes reações e críticas de líderes e representantes das nações que compõem o bloco. O Brasil, através de seu presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificou a fala de Trump como “muito irresponsável”, evidenciando a preocupação com o impacto de tais medidas nas relações comerciais e na estabilidade econômica global. Esta declaração por parte do mandatário brasileiro sublinha a percepção de que as ações de Trump podem desestabilizar acordos e parcerias internacionais, em um momento em que o comércio global já enfrenta incertezas. O posicionamento reforça a importância do diálogo diplomático e da cooperação multilateral para a resolução de disputas comerciais, em detrimento de medidas unilaterais e protecionistas. O Brasil pesto com o país norte americano e considera os EUA um parceiro de grande importância, e por isso a posição de Trump é inaceitável.

Em uma linha semelhante de crítica, Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil e uma voz influente na política externa do país, comentou a ameaça de Trump de forma contundente, utilizando a expressão “Quem tem medo do lobo mau?” para questionar a suposta intimidação promovida pelos Estados Unidos. A referência à fábula infantil sugere que as ameaças de Trump, embora vocais, podem não ter o efeito desejado de paralisar ou amedrontar os países do BRICS, que possuem suas próprias estratégias e resiliência em face de pressões externas. Essa retórica busca demonstrar confiança na capacidade do bloco em lidar com desafios econômicos e políticos, fortalecendo o sentimento de unidade e autonomia frente a pressões internacionais. A postura de Amorim reflete a tradição diplomática brasileira de defender o multilateralismo e a soberania das nações. Ele ressaltou que o Brasil, um país com um histórico de relações construtivas com os Estados Unidos, não vê motivos para tal agressão comercial, reforçando a visão de um parceiro estratégico.

A Rússia também manifestou sua posição em relação às ameaças de Trump, especialmente no que concerne ao uso do dólar nas transações internacionais. O país rebateu as provocações de Trump sobre a moeda americana, indicando que as nações do BRICS estão buscando alternativas e reforçando acordos para reduzir a dependência do dólar. Essa demonstração de autonomia monetária e financeira é uma resposta direta à política de sanções e pressões financeiras frequentemente empregadas pelos Estados Unidos. Ao diversificar suas opções de pagamento e investimento, os países do BRICS visam criar um sistema financeiro internacional mais equitativo e menos suscetível a manipulações políticas. A questão do uso do dólar como moeda de reserva global é um tema sensível, e as ações de Trump podem acelerar o processo de desdolarização em algumas economias emergentes. A Rússia, em especial, tem sido um dos protagonistas dessa busca por alternativas financeiras.

As reações de líderes e diplomatas dos países do BRICS evidenciam um posicionamento conjunto contra o protecionismo e as políticas de pressão unilateral. O bloco, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa uma parcela significativa da economia e da população mundial, e suas respostas coordenam a defesa de um sistema comercial global mais justo e previsível. A contínua deterioração das relações comerciais com os Estados Unidos sob a administração Trump pode fortalecer os laços entre os membros do BRICS e impulsionar a busca por novas parcerias e blocos econômicos. A situação atual reforça a necessidade de um diálogo aberto e construtivo, onde as divergências sejam tratadas por meio de negociações e não de imposições unilaterais, buscando a estabilidade e o crescimento para todos os atores envolvidos no cenário internacional. O país brasileiro, por sua vez, busca manter sua política externa equilibrada, reforçando parcerias estratégicas sem gerar atritos desnecessários.