A inesperada vitória de Zohran Mamdani nas prévias democratas para a prefeitura de Nova York está reverberando para além das fronteiras americanas, inspirando setores do Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil. Mamdani, socialista declarado, conseguiu mobilizar eleitores e se posicionar como um forte candidato em uma cidade conhecida por seu dinamismo político e econômico. Essa trajetória tem sido vista por militantes e analistas petistas como um potencial modelo para as estratégias eleitorais brasileiras em 2026, especialmente no que tange à articulação de alianças e à comunicação com bases mais progressistas. A campanha de Mamdani demonstrou a capacidade de um discurso anticapitalista e socializante ganhar tração em um centro urbano de grande relevância econômica, desafiando convenções partidárias tradicionais. A forma como ele conseguiu angariar apoio, muitas vezes através de mobilizações populares e um forte engajamento digital, oferece lições valiosas sobre como construir e manter uma base eleitoral sólida em um cenário político polarizado. O eleitorado nova-iorquino, diversificado e com demandas sociais complexas, tem sido um terreno fértil para propostas que visam reduzir desigualdades e fortalecer o papel do Estado em áreas como habitação, saúde e transporte público. A adaptabilidade do discurso de Mamdani, que dialoga com essas preocupações sem perder sua essência ideológica, é um dos pontos destacados por observadores brasileiros. A recepção variada de sua candidatura, desde o entusiasmo de seus apoiadores até as fortes críticas de opositores como Donald Trump, que o rotulou como um ‘lunático comunista’, reflete o debate acirrado sobre o papel do socialismo e das políticas redistributivas na sociedade contemporânea. Trump, em suas declarações, expressou preocupação com o que ele percebe como uma ameaça comunista a Nova York, evidenciando a polarização ideológica que a candidatura de Mamdani instigou. Essa dicotomia entre o apoio popular e a forte oposição serve como um estudo de caso sobre como candidatos com plataformas radicais podem navegar no sistema político atual, buscando consolidar sua posição e atrair segmentos moderados do eleitorado. A capacidade de Mamdani de transformar críticas em combustível para sua campanha, posicionando-se como um candidato autêntico contra o establishment, é outro aspecto que tem sido analisado por estrategistas políticos no Brasil. A forma como ele responde a ataques e recontextualiza o debate público pode ser uma ferramenta poderosa para construir resiliência política e reforçar a identidade de sua campanha. Assim, a experiência de Mamdani em Nova York se torna mais do que uma disputa local; é um laboratório político cujos resultados e metodologias podem inspirar e informar futuras campanhas no Brasil, buscando caminhos para fortalecimento da esquerda e proposição de alternativas econômicas e sociais para o país, adaptadas à realidade brasileira.