Pesquisa Quaest: 70% dos deputados são contra o fim da escala 6×1 e 88% a favor do aumento da isenção do IR
Uma pesquisa recente realizada pela consultoria Quaest, divulgada pelo UOL Notícias e G1, indica uma forte oposição entre os deputados federais brasileiros ao fim da escala de trabalho 6×1. Segundo o levantamento, 70% dos parlamentares são contra a proposta de extinguir esse modelo de jornada, que é amplamente utilizado em diversos setores da economia, especialmente no varejo, e permite aos trabalhadores um dia de folga a cada seis dias trabalhados. A discussão sobre a jornada de trabalho tem sido um tema recorrente, com sindicatos e trabalhadores defendendo modelos que ampliem o descanso, enquanto setores patronais argumentam sobre a necessidade de flexibilidade para manter a competitividade e a eficiência operacional. A rejeição expressa pelos deputados sugere um cenário desafiador para qualquer iniciativa legislativa que vise alterar a escala 6×1 em detrimento dos moldes atuais.
Paralelamente à questão da jornada de trabalho, a pesquisa Quaest também abordou o Imposto de Renda (IR), revelando um amplo consenso em relação a um possível aumento da faixa de isenção. De acordo com os dados, impressionantes 88% dos deputados federais se posicionam a favor de elevar o teto de rendimento que hoje isenta os cidadãos do pagamento do tributo. Essa demanda por uma desoneração maior para as camadas de menor renda tem sido uma bandeira levantada por diversos setores da sociedade e pelo próprio governo federal, que vê na medida uma forma de impulsionar o consumo e aliviar o bolso da população. A forte concordância entre os parlamentares pode sinalizar um caminho mais promissor para a aprovação de propostas nesse sentido, embora o contexto fiscal e a alocação de recursos públicos permaneçam como pontos cruciais a serem debatidos.
A articulação política em torno das reformas tributárias e fiscais parece estar em curso, com o Planalto buscando o diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Informações da CNN Brasil e VEJA indicam que o governo deseja evitar qualquer tipo de atraso na tramitação de propostas relevantes, como a reforma do Imposto de Renda. A polêmica envolvendo a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre operações casadas, por exemplo, surgiu como um potencial entrave, podendo impactar o cronograma de votações e a própria aprovação da reforma do IR. O governo aposta nesta reforma como uma estratégia importante para 2026, buscando gerar um impacto positivo na economia e na percepção pública.
A pesquisa Quaest, portanto, oferece um retrato importante do pensamento dos deputados federais sobre temas econômicos e trabalhistas de grande relevância. A resistência à mudança na escala 6×1, combinada com o apoio esmagador ao aumento da isenção do IR, delineia as prioridades e as sensibilidades do parlamento. O desafio agora reside na capacidade do governo e do Congresso Nacional em transformar essas opiniões em legislação concreta, superando as dificuldades de articulação e os potenciais conflitos de interesse que podem surgir no processo de aprovação de medidas tão impactantes para a sociedade brasileira e para a arrecadação pública.