Teresina, a capital do Piauí, deu um passo importante na luta contra a dengue ao estender a disponibilidade da vacina para adolescentes com 14 anos completos. Esta ampliação da faixa etária elegível para a imunização, somada às ações em outras cidades como Itararé (SP) e Serafina Corrêa (RS), que já vacinam jovens de 10 a 14 anos, demonstra um esforço concentrado para proteger as novas gerações contra a arbovirose. A decisão reflete a preocupação crescente com o impacto da dengue na saúde pública e a necessidade de estratégias mais abrangentes de prevenção, especialmente em um cenário de surtos recorrentes em diversas regiões do país. O intuito é criar uma barreira imunológica mais robusta e reduzir a circulação do vírus, salvando vidas e diminuindo a pressão sobre o sistema de saúde. No entanto, a meta de vacinação em Teresina ainda enfrenta obstáculos. Dados recentes indicam que menos de 25% do público-alvo elegível para a vacina contra a dengue compareceu aos postos de saúde. Essa baixa adesão é uma preocupação significativa, pois a eficácia da campanha depende diretamente da participação da população. Fatores como desinformação, medo de efeitos colaterais ou simplesmente a rotina corrida podem contribuir para a baixa procura. É crucial que as autoridades de saúde intensifiquem as campanhas de conscientização, explicando os benefícios da vacinação e desmistificando eventuais receios, para garantir que o maior número possível de adolescentes seja protegido. A vacinação contra a dengue é uma ferramenta fundamental, mas não a única no combate à doença. A eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, continua sendo uma responsabilidade compartilhada entre o poder público e a sociedade. Medidas como a limpeza frequente de caixas d’água, o descarte correto de resíduos e a atenção a recipientes que possam acumular água parada são essenciais para evitar a proliferação do vetor. Em algumas cidades, como Embu das Artes (SP), a estratégia de “Dia D” de vacinação, com postos abertos aos sábados, busca facilitar o acesso da população a essa importante intervenção de saúde pública, reconhecendo a dificuldade de muitos em comparecer durante a semana.
A expansão da vacinação para adolescentes de 14 anos em Teresina é um reflexo da atualização das diretrizes e da disponibilidade de doses, bem como do reconhecimento da importância da imunização em diferentes grupos etários. A escolha de expandir para os 14 anos pode estar associada a dados epidemiológicos que indicam uma maior circulação viral nessa faixa etária ou à capacidade logística do município em aplicar as doses. O Ministério da Saúde tem buscado expandir o acesso à vacina, priorizando grupos mais vulneráveis e regiões com maior incidência da doença, sempre de acordo com as recomendações técnicas e a disponibilidade de imunizantes. O sucesso da estratégia, contudo, depende de uma comunicação clara e eficaz, incentivando a adesão e garantindo que a informação sobre os benefícios e a segurança da vacina chegue a todos os pais e responsáveis. Essa ação conjunta é vital para criar um escudo de proteção coletiva e mitigar o impacto da dengue.
É importante ressaltar que a vacina contra a dengue, atualmente disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), é Qdenga, que demonstrou eficácia em estudos clínicos contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. A estratégia de vacinação é dinâmica e pode sofrer ajustes conforme a disponibilidade de doses e a evolução epidemiológica da doença no país. A conscientização sobre a importância da vacina e a continuidade das medidas de controle do mosquito são pilares inseparáveis para a erradicação da dengue. A notícia de Teresina, ao lado de outras iniciativas municipais, serve como um indicativo da mobilização em curso e da necessidade de reforço na adesão popular para colher os frutos dessa importante política de saúde.
A vacinação contra a dengue é um esforço contínuo que exige a colaboração de todos. Ao ampliar o acesso da vacina para os adolescentes de 14 anos, Teresina se alinha a um esforço nacional para controlar uma doença que causa sofrimento e mortes em todo o Brasil. A baixa adesão registrada na capital piauiense, no entanto, demanda uma reflexão profunda sobre as estratégias de comunicação e engajamento da comunidade. É fundamental que cada município, ao implementar políticas de saúde como esta, invista em campanhas informativas transparentes e acessíveis, que desmistifiquem a vacinação e reforcem o papel de cada cidadão na construção de um ambiente mais saudável, livre da dengue e de outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.