O governo canadense decidiu revogar o imposto sobre serviços digitais, uma medida que estava direcionada a grandes empresas de tecnologia, muitas delas americanas. A decisão surge em meio a um contexto de intensas negociações e pressões diplomáticas por parte dos Estados Unidos, que viam a taxa como uma barreia ao livre comércio e potencialmente prejudicial aos seus interesses econômicos. Essa reviravolta indica um movimento cauteloso de Ottawa para apaziguar Washington e evitar uma escalada em disputas comerciais entre os dois países vizinhos e principais parceiros econômicos. A suspensão tem implicações significativas para o cenário tributário global e para as estratégias das empresas de tecnologia. A iniciativa canadense de taxar serviços digitais fazia parte de uma tendência global de muitos países em buscar formas de tributar a economia digital, ante a dificuldade crescente de aplicar sistemas fiscais tradicionais a modelos de negócios transnacionais e baseados em dados. A pressão americana, no entanto, demonstra o poder de influência dos EUA no cenário econômico internacional e a complexidade de se criar um ambiente regulatório global para a economia digital. A revogação levanta questões sobre a futura coordenação internacional em matéria de tributação digital, um tema que tem sido amplamente discutido em fóruns como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).