Irã prestes a enriquecer urânio para armas nucleares em meses, alerta agência da ONU
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sinalizou um cenário alarmante, indicando que o Irã pode estar a poucos meses de atingir a capacidade de enriquecer urânio em um nível suficiente para a fabricação de armas nucleares. Essa avaliação, divulgada pela CNN Brasil, baseia-se em relatórios e inspeções da própria agência, que monitora as atividades nucleares do país. O urânio enriquecido em altos níveis é um componente essencial para a construção de ogivas nucleares, e a proximidade do Irã em adquirir essa capacidade reacende preocupações internacionais sobre a proliferação nuclear. O país, signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), sempre sustentou que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos, voltados para geração de energia e fins médicos. No entanto, a comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos e potências europeias, mantém ceticismo diante de evidências que sugerem atividades não declaradas e potenciais desvios para fins militares. A possibilidade de 10 bombas nucleares em uma base secreta, noticiada pelo R7, adiciona um elemento de urgência e desconfiança ao cenário, levantando a hipótese de ocultação de material ou tecnologia. A resposta do embaixador iraniano na ONU, afirmando a abertura do país à transferência de estoques de urânio, conforme divulgado pela CNN Brasil, pode ser interpretada como um gesto diplomático, mas a sua concretização e a transparência do processo serão cruciais para restabelecer a confiança. O enriquecimento de urânio é um processo tecnológico complexo, que envolve a separação dos isótopos urânio-238 e urânio-235. Enquanto o urânio-235 é o isótopo físsil, capaz de sustentar uma reação em cadeia, o urânio-238 é o isótopo mais abundante. Para reatores nucleares, o urânio é enriquecido a aproximadamente 3-5% de urânio-235. Para fins militares, o enriquecimento deve ultrapassar 90%. Essa diferença de pureza é o que distingue um uso pacífico de um uso bélico. As inspeções da AIEA visam justamente garantir que o material enriquecido não seja desviado para fins militares. A situação atual exige um acompanhamento minucioso e ações diplomáticas coordenadas para evitar uma escalada de tensões e garantir a estabilidade regional e global. A notícia repercutida pelo G1 sobre o processo de fabricação também contextualiza a complexidade técnica envolvida, sublinhando o rigor necessário para seu controle. A imprevisibilidade do programa nuclear iraniano, somada às tensões geopolíticas na região, torna este um dos temas mais sensíveis na agenda internacional.