O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um novo passo na investigação sobre as alegações de tentativa de golpe de Estado ao determinar que a Polícia Federal (PF) ouça Fábio Wajngarten, que ocupou a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) durante o governo Bolsonaro, e um advogado ligado ao ex-presidente. A investigação apura um possível esquema de obstrução à Justiça, com especial atenção à aproximação de pessoas ligadas a Bolsonaro a testemunhas chave no processo. Essa ação reforça a atuação do STF no combate a quaisquer iniciativas que visem minar o Estado Democrático de Direito.

A decisão de Moraes surge após informações de que uma filha menor de Jair Bolsonaro teria sido procurada por advogados do ex-presidente em 2023. Segundo relatos, essa abordagem estaria relacionada à tentativa de obter informações ou influenciar o depoimento da jovem em alguma apuração. A suposta tentativa de cooptação ou intimidação de testemunhas é um crime grave, especialmente quando envolve menores de idade e está atrelada a investigações de grande repercussão como a que apura a organização de um plano para impedir a posse do atual presidente.

O envolvimento de Fábio Wajngarten na oitiva é significativo, considerando seu papel proeminente na comunicação governamental durante a gestão Bolsonaro. Sua proximidade com o ex-presidente e sua atuação em momentos cruciais adicionam camadas à investigação. Paralelamente, a inclusão de um advogado de Bolsonaro na lista de pessoas a serem ouvidas pela PF indica que a atuação jurídica e estratégica dos aliados do ex-presidente também está sob o escrutínio das autoridades, buscando entender se houve ou não a prática de crimes como obstrução da justiça ou advocacia administrativa imprópria.

Este desdobramento adiciona novos elementos ao complexo cenário político e jurídico que se desenrola no Brasil. As apurações sobre a tentativa de golpe e a subsequente obstrução se conectam a uma série de outras investigações em andamento que buscam esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos. O STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, tem se posicionado como um guardião da democracia, atuando de forma enérgica para assegurar a estabilidade institucional e a aplicação da lei, mesmo diante de pressões políticas significativas.