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Dólar sobe para R$ 5,51 em dia de foco na ata do Copom e cenário internacional

O dólar comercial fechou em alta de 0,33%, cotado a R$ 5,51 nas casas de câmbio, refletindo um cenário de aversão ao risco no mercado internacional e a atenção voltada para os próximos passos da política monetária brasileira. A ata do Copom, divulgada nesta manhã, trouxe indicações sobre a continuidade do ciclo de aperto monetário, o que pode pressionar a taxa Selic a subir ainda mais. Essa perspectiva, embora esperada por alguns analistas, contribui para a valorização da moeda norte-americana frente ao real. O mercado avalia os possíveis impactos dessa política no controle da inflação, mas também no ritmo de crescimento da economia brasileira.

No cenário externo, apesar de notícias de um possível cessar-fogo no Oriente Médio terem gerado um alívio inicial, a instabilidade geopolítica na região ainda pesa sobre o sentimento dos investidores globais. A incerteza quanto à extensão e duração dos conflitos mantém os mercados em alerta, favorecendo o dólar como moeda de refúgio. A desaceleração econômica em importantes blocos globais também contribui para essa dinâmica, com investidores buscando segurança em ativos considerados mais estáveis. A performance das commodities, especialmente o petróleo, também é um fator a ser observado, com oscilações que podem impactar tanto a economia brasileira quanto a global.

O Ibovespa, por sua vez, acompanhou o sentimento misto. O índice acionário apresentou alta, impulsionado pela expectativa de que o ciclo de elevação da Selic esteja próximo do fim, o que poderia ser positivo para o mercado de ações. A ata do Copom, ao sinalizar uma possível pausa no aperto monetário em um futuro próximo, gerou otimismo. No entanto, o desempenho das ações de empresas ligadas ao setor de petróleo limitou os ganhos do índice, refletindo a volatilidade nos preços do barril. Essa dicotomia no mercado de ações demonstra a complexidade do cenário atual.

A ata do Copom revelou que a maioria dos membros do comitê avaliou ser apropriado manter a taxa básica de juros em patamares restritivos por tempo suficiente para consolidar a desinflação e ancorar as expectativas. Apesar disso, alguns membros defenderam a manutenção da mesma velocidade nas altas ou até mesmo uma elevação de 0,50 ponto percentual na próxima reunião. Essa divergência interna, embora sutil neste momento, adiciona um elemento de cautela para os investidores, que buscarão nas próximas comunicações do Banco Central mais clareza sobre os rumos da política monetária em 2024, um ano que se desenha desafiador para a economia brasileira.