PF prende homem que quebrou relógio histórico nos atos de 8 de janeiro
A Polícia Federal confirmou nesta terça-feira (30) a prisão de um homem que se envolveu na destruição de um relógio histórico, pertencente à coleção de Dom João VI, durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília. O relógio, uma peça de valor inestimável, foi danificado em meio à invasão e depredação de prédios públicos, incluindo o Palácio do Planalto. A prisão ocorre dois dias após a soltura do indivíduo, que havia sido detido anteriormente e liberado pela Justiça. A ação da PF integra o inquérito em curso para apurar a responsabilidade de todos os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, buscando a completa elucidação dos fatos e a responsabilização dos culpados, conforme determinação do Ministro Alexandre de Moraes. A quebra do relógio não foi apenas um ato de vandalismo contra um bem público, mas também um ataque simbólico à história e ao patrimônio cultural brasileiro. A peça, que data do século XVIII, representava não apenas o valor artístico e histórico, mas também a ligação com a própria fundação do Brasil como nação. A sua destruição durante os eventos de janeiro foi amplamente condenada por historiadores e autoridades, que a consideraram um ato covarde e sem sentido, desprovido de qualquer justificativa política ou social. Paralelamente à prisão do indivíduo, a investigação também se debruça sobre a atuação de um juiz que, segundo informações, foi investigado por integrar um conselho durante o governo de Romeu Zema em Minas Gerais, antes de atuar na soltura de um dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Essa linha investigativa busca entender se houve falhas ou irregularidades nos processos de liberação de indivíduos envolvidos nos ataques, ou se a atuação do magistrado foi pautada por critérios questionáveis, levantando debates sobre a autonomia e a responsabilidade do Poder Judiciário em momentos de crise institucional. A reclusão do homem que danificou o relógio reforça o compromisso das autoridades em restabelecer a ordem e a segurança jurídica no país, punindo aqueles que atentaram contra as instituições democráticas e o patrimônio nacional. A continuidade das apurações visa não apenas a punição dos autores diretos, mas também o desmantelamento de possíveis redes de articulação e financiamento por trás dos atos, assegurando que os responsáveis sejam levados à justiça e que tais eventos não se repitam no futuro, protegendo assim os pilares da democracia brasileira e a integridade de seu legado histórico e cultural.